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quarta-feira, 4 de outubro de 2017

rui amaral mendes








errâncias...


Perdição pegue minha alma
Mas eu amo você!
E quando eu não te amo
O caos vem de novo.
Shakespeare



escrevo a destempo
das verdades que me habitam.
conjugo sujeito, predicado
complementos

unicamente nos momentos
em que substantivos e verbos
adjectivos e pronomes
palavras isoladamente neutras

se alinham
como astros num imenso cosmos
para conferir cor ao fogo que
carrego.

se silêncios entrego
não os cuides vazios:
permanece densa ensurdecedora
a verdade da essência que carregam.

a matéria do poema, sabes!,
são palavras que desejo livres
da ditadura das grilhetas
vazias das circunstâncias,

celebrando a errância de alma minha
por dentro de veredas tuas,
temendo apenas o caos
que sobrevirá à tua ausência.



rui amaral mendes in a noite o sangue [2016] ©

Foto de Antonio Baptista.

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