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quarta-feira, 30 de agosto de 2017

POESIA NO FADO....De Fernando Campos de Castro·







POESIA NO FADO....


AGUAS TURVAS DE SAUDADE

Já quanta vez amor, me tornei rio
Revolto em águas turvas outonais
Correndo em solidão e desvario
Atrás dessa corrente onde tu vais

Deixei o cais sozinho e fui sem remos
Nos braços do destino a navegar
Nessa grande loucura de nós mesmos
Aonde nos deixamos naufragar

Corri montes e vales, fui loucura
Até sermos os dois o que sonhamos
Nessa cama de luz e de ternura
Onde em cada noite nos amamos

Já quanta vez amor, fui desvario
E leito de água pura em tempestade
Para ser hoje apenas este rio
Revolto em águas turvas de saudade


Fernando Campos de Castro  

Foto de Antonio Baptista.

1 comentário:

Fatima maria disse...

Já quanta vez amor, fui desvario
E leito de água pura em tempestade
Para ser hoje apenas este rio
Revolto em águas turvas de saudade

beijosssss.......