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segunda-feira, 14 de agosto de 2017

António Ramos Rosa

























Onde é aqui, 
o centro, 
onde se respira, 
a cama limpa 
o corpo inteiro e nu. 
Onde é a fome e o braço toca 
o esplendor. 
Respira o ventre, 
a vela incha 
ao sol e ao mar sem fim. 

Onde é aqui, 
a fome nua, 
a árvore exacta 
no centro 
da alegria, 
a luz e o olhar 
aberto ao mar.

Onde é onde
a mão sabe
a carícia da anca
e a língua fabrica
o seu sabor a sol.
Onde o fogo acende
o pulso do poema.

António Ramos Rosa

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