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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

À beira de água



Estive sempre sentado nesta pedra
escutando, por assim dizer, o silêncio.
Ou no lago cair um fiozinho de água.
O lago é o tanque daquela idade
em que não tinha o coração
magoado. (Porque o amor, perdoa dizê-lo,
dói tanto! Todo o amor. Até o nosso,
tão feito de privação.) Estou onde
sempre estive: à beira de ser água.
Envelhecendo no rumor da bica
por onde corre apenas o silêncio.

Eugénio de Andrade

Foto:Richard Larrios

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postado por wind de WebClub

1 comentário:

Afrodite disse...

(Porque o amor, perdoa dizê-lo,
dói tanto! Todo o amor. Até o nosso,tão feito de privação.)

Há que se retomar o amor tanto desejado. Porque dói mais a ausência do que as privações.
Se amor, perdoa, recomeça, reaviva, reconstrói.
Te amo
E sabes bem
Beijos com saudade