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segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Alexandre O'neill - Gaivota




Gaivota



Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se um português marinheiro,
dos sete mares andarilho,
fosse quem sabe o primeiro
a contar-me o que inventasse,
se um olhar de novo brilho
no meu olhar se enlaçasse.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se ao dizer adeus à vida
as aves todas do céu,
me dessem na despedida
o teu olhar derradeiro,
esse olhar que era só teu,
amor que foste o primeiro.

Que perfeito coração
morreria no meu peito morreria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde perfeito
bateu o meu coração.



Alexandre O'neill (Poeta português, 1924-1986)


Ps.
Para ti pelos teus anos . Felicidades neste teu dia. Parabens
Meu amor na tua mão e para sempre.... beijo

4 comentários:

Afrodite disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Don Juan disse...

Á atenção de quem fez este comentario;

Muito azedo e com muita secura.Éste
poema é um dos mais consagrados fados
cantados pela saudosa Amália Rodrigues. Grande fadista expoente
máximo da nossa canção nacional. Concluindo, mais valia não o ter comentado.

Afrodite disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Afrodite disse...

Obrigada pelo poema. Pela lembrança e realmente ele é lindíssimo.
Deixo-te um beijo ainda
Tua flor