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domingo, 17 de julho de 2022

José Agostinho Baptista

 

Procure-me, uma vez mais, onde não existe.
Já as minhas asas esvoaçam sobre a terra, as candeias 
perseguem o rasto dos avós, alumiando as sombras, o retrato,
um perfil de ave entre os cereais.
Tudo acontece na desumana arte do verso.
Uma pirâmide, uma cor sem nome, sem destino algum.
É esta a vida do sonhador. 
Melancolicamente ardente, desordenando os moinhos, uma 
desolação do norte.
Água e vento, sinais que cruzam o poente, lâminas de gelo em 
direção a tempestade.
Vida, vida do sonhador.


José Agostinho Baptista








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