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A arte do verso é a alquimia que transforma as fraquezas em beleza. É o segredo dos sucessos mais misteriosos da poesia, pelo menos francesa. Onde a sintaxe é violada, onde a palavra decepciona o movimento lírico, onde se constrói uma frase torta, aí quantas vezes o leitor estremece . Quem disse que a poesia para onde nos versos aparece a inversão? Foi alguém que reagiu a uma moda, a uma rotina de imitar os clássicos, não alguém que se expressou, tocando a essência da poesia [...]
[Prefácio, Os olhos de Elsa, Seghers, Paris, 1942; 2004]
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Esta valsa é um vinho que lembra Saumur
Esta valsa é o vinho que bebi em seus braços
Seu cabelo é seu ouro e meus vermes são movidos por ele
Vamos vencê-lo como se pudéssemos pular uma parede
Seu nome é sussurrado lá Elsa valsa e valsa
A juventude brilha lá onde nossos dias são curtos
Em Montmartre íamos esquecer que choramos
Nossa noite perdeu esse segredo do falso dia
Mas ela esqueceu o amor
O amor é tão pesado Elsa valsa e valsa
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Luís Aragão
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