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CANTUS FIRMUS
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O vento sacode as palmeiras.
Não tardará a chuva.
Tem chovido tanto nos meus versos
Que a chuva se tornou insuportável.
Apesar disso, os passaros cantam.
São os melros de Messiaen.
Mesmo envelhecido
Também o coração canta.
Acode-me aos lábios um nome.
É de noite: quando a música cessa, o silêncio
como uma estrela brilha na boca.
Tenho pena das palmeiras
À chuva noite e dia, ao vento, ao sol
Frente ao peso do mundo
São orgulhosamente lugar de amor.
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