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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Hamilton Ramos Afonso

 Conheci-te no meio de uma tempestade ,

dessas tempestades,
que a vida é pródiga
em nos presentear
Estavas fragilizada,
por tempos em que te tratavam
com a indiferença que fere,
dialogando com o mais ruidoso dos silêncios
ou por monossílabos
que saíam das bocas com rispidez...
Abriguei-te
na enseada do meu afecto
fiz-me âncora
no meio das alterosas vagas
que te fustigavam a Alma
e a tua Auto-Estima
Lambi as feridas da tua alma,
retocando-te a dignidade,
chorei as tuas lágrimas,
ri o teu riso,
caminhei ao teu lado,
repartindo o peso da tua angústia,
das tuas mágoas.
Decidiste,
livremente fazer-te à vida
outra vez no meio de uma tempestade,
deixando para trás o abrigo do afecto,
assim sem mais …
Quero que saibas que , se um dia ,
voltares a precisar do meu porto de abrigo,
da serenidade da enseada dos meus braços,
de que volte a ser a âncora
que te ajude a ultrapassar
as vagas alterosas do mar encapelado,
podes voltar ,
em silêncio
sem precisares de dizer nada..

Hamilton Ramos Afonso




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