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sexta-feira, 7 de junho de 2019





POEMA PARA A BRANCA DE NEVE




Amo a brancura de tua pele
como me fere,
com a doce entrega
do azul do bico de teus seios,
fontes de mel, nascedouro de prazeres,
porto de precipícios, criadouro de desejos,
brinquedos lúdicos de sonhos infantis.
Ainda sinto os teus beijos....
Tua boca ainda passeia no meu sono
e ainda guardo os ardores insaciados
de desejos guardados
que soltos se expandirão
pela mansidão leitosa de tua pele
e ainda estão flutuando atrás de ti,
como fantasmas de paixão
que rondam terras desconhecidas
em busca da flor do gozo
que guardas entre as pernas
nos campos brancos de neves,
onde vicejam guardas filiformes, pelos negros,
onde nunca aportaram
os pingos de minha língua
seca ainda, chorosa, à míngua
do sêmen que há de brotar,
do germinar sem fim
do amor que há em ti,
em mim
e quer te ver esposa, menina, mulher
a gemer, gritar, escandalizar
ao dizer
que, no teu corpo, existe vida sim,
que te guardaste tanto tempo,
de modo quase santo,
a esperar por uma festa assim,
a esperar por quem te desse tanto amor,
a esperar a festa que chegou,
a esperar por mim!



Ilustração: Tours & Tickets.

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