Fernando Pessoa
Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlaçemos as mãos).
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para o pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente.
E sem desassossegos grandes.
![[sunset4.jpg]](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0fi2Px9JKTDMAi9heW9A804fM3LhAhpZJ7i5xcCuUVgoIhGEiTL2DYRLZovZbpKChAhV0a_E5xqKS5uQ_tcf-FFunlqR7E99CS00kiVug4aL-yItz5HIbLiHeCh8MIyUyivmwhOxtr4j6/s1600/sunset4.jpg)
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