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quarta-feira, 5 de setembro de 2018

António Carlos Cortez






CABELOS















falta-me o tempo para celebrar os teus cabelos
um por um contá-los e adormecê-los
outros amantes gostariam de viver no teu olhar
eu só quero ser teu cabeleireiro
em itália baptizaram-te de medusa
pela alta luz da tua cabeleira encrespada
eu chamo-te frémito da carne emaranhada
meu coração conhece as entradas do teu cabelo
quando tu te desviares dos teus próprios cabelos
não te esqueças lembra-te que te amo
e não me deixes ir perdido em tua cabeleira
pelo mundo sombrio de todos os caminhos
caminhos de sombra e de transitórias paixões
e até que o sol suba a torre do teu cabelo     eu serei teu


António Carlos Cortez

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