Poema para un beso que debo olvidar                              
Karen Valladares
                                                         "'En el dolor hay flores que caminan con pianos y con tigres"
                                                                          Ramoón M. Ocaranza
Y cómo se olvida la redondez de tu boca 
ese sabor áspero que me impregnó hasta en lo más último de mis entrañas.
Pero fue algo que ya pasó.
Y pasó en la oscuridad fría de un vehículo
pero eso no importa.
Tampoco importa recordar tu mano sobre mi mano
y mi temblor por tanto nervio,
seguro ni lo notaste.
Eso tampoco te importa.
Cómo olvido tu boca besando mi boca
con toda la locura del mundo.
Cómo olvido esa noche fugaz
o relámpago?
y recuerdo también tus ojos,
tan profundos
tan sencillos
quizá decir que eran como una rara sonata mayor para piano y violín de esas de las más románticas. 
Esa noche despedacé la palabra, la noche misma.
Y sé qué tampoco te importa.
Poema para um beijo que devo esquecer 
                                   "Na dor há flores que caminham com pianos e com tigres"
                                                                      Ramoón M. Ocaranza
E como se esquece a redondez da tua boca 
Esse sabor áspero que me impregnou até o mais fundo das minhas entranhas.
Porém, foi algo que já passou. 
E passou na obscuridade fria de um veículo.,
porém, isto não importa.  
Tampouco importa recordar tua mão na minha mão,
e meu temor de tão nervosa, 
que, com certeza, notaste. 
Isto tampouco te importa. 
Como esquecer tua boca beijando minha boca
com toda a loucura deste mundo. 
Como esquecer esta boca fugaz 
ou o relâmpago? 
E recordo também teus olhos 
tão profundos
tão sensíveis 
talvez dizer que eram como uma sonata maior para piano e violino dessas das mais
românticas. 
Essa noite despedacei a palavra, a noite mesma.
E sei que tampouco te importa.