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segunda-feira, 30 de setembro de 2024

 

Dos Efeitos do Calor

 

 


Ontem, fumaça no alto,

um sol de cozinhar  

ovo no asfalto,

senti, de passada,

que minha carne fritada

virou frango à passarinho.

 

Hoje, com a chuva,

não passou o calor.

E vejo com o horror

de quem de cozinha manja

que já virei foi canja.

 

Amanhã, se isto continua,

com o calor forte da rua

os líquidos ficarão ralos

E me sentirei, então,

seja como for,

com toda razão

um caldo Knorr!!!

Ilustração: Mais por Menos.

Rafael Campo

 Lar




  1. Não faz muito tempo, estudei medicina. 
    Era terrível o que o corpo dizia. 
    Eu olharia dentro da boca de outra pessoa, 
    E veja a desolação do mundo. 
    Eu via seus órgãos genitais e pensava em pecado. 

    Porque meu corpo fala a língua do estranho, 
    Nunca entendi esses acenos e olhares. 
    Meus pais me seguraram em seus braços, e ainda penso 
    Eu os decepcionei; eles se importam 
    E olham, eles acenam, eles fazem sua peregrinação 

    Em algum lugar distante do meu coração, eles choram. 
    Eu olho dentro da boca da outra pessoa 
    E veja o interior úmido das almas. 
    Está quente e vermelho ali dentro - como amor, com dentes.
    Estudei medicina até chorar

    A noite toda. Através de certos livros, uma verdade se revela.
    Anatomia e fisiologia,
    Os pequenos órgãos sensoriais da língua - 
    Cada célula sem nome contribuindo com suas necessidades.
    Foi fabuloso o que o corpo disse.


    Rafael Campo




Conheça seu Hélio, o plantador de 33 mil árvores em São Paulo





Acho que este vídeo faz aqui sentido. Uma pessoa ter a vontade e a coragem de ir para um espaço público plantar árvores, transformar um espaço baldio num pulmão verde de uma movimentada cidade, é louvável, é poesia, é uma maravilha, um encantamento, uma beleza, um sinal de esperança.

Conheça seu Hélio, o plantador de 33 mil árvores em São Paulo

Na região da Penha, gerente comercial transformou área abandonada no 1º parque linear da cidade

domingo, 29 de setembro de 2024

MARIA HELENA GUIMARÃES

 A VIDA PAROU



O SOL BRILHA CÁLIDO

LÁ FORA

HOJE NÃO O SINTO !

ESTÁ TÃO DISTANTE

O VELHO QUE LÊ O JORNAL

JUNTO AO QUIOSQUE .

A VIDA PAROU ONTEM .

EXACTAMENTE ÀQUELA HORA .

HOJE É O VAZIO

E APESAR DO SOL ESTÁ FRIO .

VEJO OS OUTROS  , LONJÍNQUOS 

A USUFRUIR A VIDA

SEM TEMPO .

EU ESTOU DENTRO DE MIM ,

COM UMA RÉSTIA DE TI

NO SENTIMENTO ,

O TEU OLHAR

NO PENSAMENTO ,

A TUA IMAGEM ,

ESBATIDA ,

A CORTAR - ME A LIGAÇÃO ,

COM A VIDA ..


DE ;   MARIA HELENA GUIMARÃES


DO LIVRO  ""  CONTIGO À LAREIRA "" , PAG: (  22  )






sábado, 28 de setembro de 2024

DE ; MARIA HELENA GUIMARÃES DO LIVRO " CONTIGO À LAREIRA " Pag. ( 61 )

 QUERO



QUERO APRENDER A AMAR - TE ,

AMAR - TE DE FORMA INTEIRA ,

SEM A ALMA FUGIDIA ,

SEM A MINHA MENTE INQUIETA .

DE UMA FORMA CONCRETA ,

COM A REALIDADE DO DIA.


QUERO APRENDER A AMAR - TE ,

SEM NUNCA SER ARREDIA ,

SEM PENSAMENTOS PUERIS ,

E ATITUDES INFANTIS .

QUERER-TE DE OUTRA MANEIRA,

AMAR - TE DE FORMA INTEIRA ,

COM  A VERDADE PRESENTE ,

VIVER O QUE A ALMA SENTE .

NÃO VIVER DA FANTASIA !!!


DE ;    MARIA HELENA GUIMARÃES


DO LIVRO "  CONTIGO À LAREIRA " Pag. ( 61 )






quarta-feira, 25 de setembro de 2024

POEMA da .............

 

POEMA DA ESPERA



Talvez seja melhor
Que não venhas.
Ou, melhor ainda se nunca
tivesses vindo.

Porque se assim fosse
Não sentiria
O que estou sentindo
Tamanha ausência de significado.

Talvez seja melhor
Que não venhas.
Podes não ser
Mais nada do que foi
E só matar
O que houve entre nós dois.

Tanto tempos separados
Deve fazer diferença
E se, de repente,
Somos dois estranhos?

Não, é melhor que não venhas.
Melhor permanecer, como agora,
Sem saber por quais caminhos,
Lugares e bancos
Os teus sonhos repousam.

No entanto há uma parte de mim
Que insiste
Em que, de fato, jamais partistes.
E ainda sonha
Com os dias gloriosos
De tua volta
E me sussura
Que não te esquecerei.

Talvez seja melhor que não venhas-
Repito, ansioso, por ouvir tua voz rouca
Me chamar, novamente, de “Meu lindo”!

terça-feira, 24 de setembro de 2024

Lloyd Cole And The Commotions - Forest Fire











Jorge Sousa Braga

  of circumstance, I have not winced nor cried aloud. Under the bludgeonings of chance, my head is bloody, but unbowed.








  1. Tinha uma rosa negra tatuada 
    num dos grandes lábios. E o 

    púbis religiosamente depilado 
    como se de ervas daninhas se tratasse


    Jorge Sousa Braga

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Would You Lick This Art?




Você lamberia esta arte?

O artista de Berlim Joseph Marr não faz esculturas de bronze, mármore e argila, em vez disso, ele usa açúcar! Suas exibições açucaradas e comestíveis lhe renderam muita atenção e, embora ele nunca esperasse isso, todo mundo lambe sua arte. 

Veja como fazer uma arte incrível com açúcar...

Fernando Pinto do Amaral






  1. Voaram pela noite em passos nómadas 
    todas as minhas mágoas. Libertei-me, 
    é um facto, 
    mas onde quer que esteja 
    gosto que sejas tu a descobrir-me 
    no rastilho que acendem os velhos cadernos. Agora 
    despedi-me do tempo e do espaço 
    e tu, por mais que tentes, 
    não sabes por onde anda esse "sopro de vento"
    - sou eu e não sou eu. Quem deambula 
    pela cidade sem ninguém? Talvez 
    a mesma alma, 
    o mesmo choro submerso, quase 
    quase feliz por me sentires ainda 
    no exílio de um sonho, tão de súbito 
    dentro da tua vida e fora dela 
    como se te encontrasse 
    e quisesse outra vez morrer no teu olhar.


    Fernando Pinto do Amaral



domingo, 22 de setembro de 2024

Feliz com nada





“Eu sou quem eu quero ser”! Lindas palavras de paz interior. Obrigado Theo


Perdi meu irmão há quase 10 anos e este homem lembra muito ele. Mesma visão da vida. Tocou meu coração profundamente.

Menina , menininha

 

RONDÓ DA BIITINHA

 

 




Menina, menininha

Que pegou meu coração

Seja bem comportadinha

Me dê um beijo e a mão.

 

Olha, meu querido amor,

Quem te fez bonita assim,

Se inspirou foi numa flor

Feitinha só para mim.

 

Biita, minha biitinha,

Por causa de ti não durmo

É tanta saudade, a minha

Que virei guarda noturno.

 

Florzinha do coração

Que nasceu pra me tentar

Só te canto esta canção

Na esperança de te amar.

 

 

A minha biitinha linda,

que em setembro não vejo

Onde está minha lindinha,

Que me mata de desejo?

 

Não te vi minha biitinha,

Mas, gemo só de saudade

Ah! Danada de lindinha!

Me salva, por caridade!

Jorge Sousa Braga

 

Sep




Photo: Saul Leiter


O que esperas sentado à 
mesa do café olhando 

a chávena vazia? Que 
o lastro do quotidiano se 

despegue da tua alma 
e da tua pele e que a 

beleza como um oceano 
inunde a folha de papel 


Jorge Sousa Braga

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

CANÇÃO de ................

 

CANÇÃO DE FIM DE TARDE

 

 


É fim de tarde,

o céu uma taça rosé

E a cor da maré

imita frios de prata

caídos do sol,

desmanchados no ar

em tons de mil cores

simulando flores.

A lua amarela

se introduz

tão bela

num rastro de luz

salpicando as águas do mar

o vento frio demais

arrepia os casais

aos beijos na luz do luar.

Perdi a conta das doses

senão me embriaguei

vou me embriagar

querendo esquecer

o imenso desejo

de correr para te beijar.

Mas, coragem não vejo

e fico aqui, tão covarde,

pensando em ti

neste fim de tarde.



Ilustração: Threads.