O amor move-se em círculos
 como uma divindade.
 A minha língua de petrarca
 afunda-se na tua boca para retirar água dos sonetos
 do teu corpo, num beijo molhado de sílabas frescas, restos
 das odes, barcarolas e canções dos primeiros poetas,
 esses poetas desconhecidos cujo amor se perdeu
 na inquietação dos dias que nunca foram primavera.
 Busco esse amor como uma chave desconhecida
 algures dentro de ti e da tua linguagem,
 como o cálice de ouro dos antigos cruzados que
 mataram por amor. E eu mato-me, sim, mato-me
 por amor de ti, e por amor de mim em ti, tu és
 o meu cálice sagrado, és o meu vinho, a
 minha interminável disputa.
 Pudesse eu morrer numa fogueira de versos
 e morreria feliz, morreria cantando.   
O amor move-se em círculos
como uma divindade.
A minha língua de petrarca
afunda-se na tua boca para retirar água dos sonetos
do teu corpo, num beijo molhado de sílabas frescas, restos
das odes, barcarolas e canções dos primeiros poetas,
esses poetas desconhecidos cujo amor se perdeu
na inquietação dos dias que nunca foram primavera.
Busco esse amor como uma chave desconhecida
algures dentro de ti e da tua linguagem,
como o cálice de ouro dos antigos cruzados que
mataram por amor. E eu mato-me, sim, mato-me
por amor de ti, e por amor de mim em ti, tu és
o meu cálice sagrado, és o meu vinho, a
minha interminável disputa.
Pudesse eu morrer numa fogueira de versos
e morreria feliz, morreria cantando.
Joaquim Pessoa   
Joaquim Pessoa
 in GUARDAR O FOGO
Editora Edições Esgotadas, 2013.
Editora Edições Esgotadas, 2013.

 
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