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sábado, 30 de junho de 2012

Nocturno de Chopin






Gosto de juntar palavras
no teu corpo
ouvir da tua voz
o sangue em fogo

Sentir a tua seiva a borbulhar

uma prece sedenta
em turbilhão
um jacto de magia

Beber dum trago voraz

as tuas carnes
depois cozer poemas
por parir

Misturar as tuas juras

nos meus dedos
deixar sílabas loucas
nas encostas

Depois acordar na alvorada

ver o teu torso nu adormecido
e saber que não foi sexo nem desejo
apenas um nocturno de Chopin.


Luís Graça

Foto:Stefan Beutler

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