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terça-feira, 15 de maio de 2012

Bastava-nos amar. E não bastava



Carlo Martins Photo

Bastava-nos amar. E não bastava
o mar. E o corpo? O corpo que se enleia?
O vento como um barco: a navegar.
Pelo mar. Por um rio ou uma veia.

Bastava-nos ficar. E não bastava
o mar a querer doer em cada ideia.
Já não bastava olhar. Urgente: amar.
E ficar. E fazermos uma teia.

Respirar. Respirar. Até que o mar
pudesse ser amor em maré cheia.
E bastava. Bastava respirar

a tua pele molhada de sereia.
Bastava, sim, encher o peito de ar.
Fazer amor contigo sobre a areia.

Joaquim Pessoa

Foto:Eli

1 comentário:

disse...

Sempre a predominar a beleza das suas postagens, simplesmente maravilhas.
Assim como o poema de uma beleza estonteante.
Bastava, sim, encher o peito de ar.
Fazer amor contigo sobre a areia.

Um final que ilustra a divindade que é o AMOR.
Beijos achocolatados.....CONDE