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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
será que virás...????
NO MEU OLHAR ESTOU AUSENTE, NADA ME PRENDE
-De onde me chegam estas palavras?
Nunca houve palavras para gritar a tua ausência
Apenas o coração
Pulsando a solidão antes de ti
Quando o teu rosto dóia no meu rosto
E eu descobri as minhas mãos sem as tuas
E os teus olhos não eram mais
que um lugar escondido onde a primavera
refaz o seu vestido de corolas.
E não havia um nome para a tua ausência.
Mas tu vieste.
Do coração da noite?
Dos braços da manhã?
Dos bosques do Outono?
Tu vieste.
E acordas todas as horas.
Preenches todos os minutos.
acendes todas as fogueiras
escreves todas as palavras.
Um canto de alegria desprende-se dos meus dedos
quando toco o teu corpo e habito em ti
e a noite não existe
porque as nossas bocas acendem na madrugada
uma aurora de beijos.
Oh, meu amor,
doem-me os braços de te abraçar,
trago as mãos acesas,
a boca desfeita
e a solidão acorda em mim um grito de silêncio quando
o medo de perder-te é um corcel que pisa os meus cabelos
e se perde depois numa estrada deserta
por onde caminhas nua.
Joaquim Pessoa
Imagem retirada do Google
Segunda-feira, Janeiro 31, 2011
De onde chegam estas palavras?
-De onde me chegam estas palavras?
Nunca houve palavras para gritar a tua ausência
Apenas o coração
Pulsando a solidão antes de ti
Quando o teu rosto dóia no meu rosto
E eu descobri as minhas mãos sem as tuas
E os teus olhos não eram mais
que um lugar escondido onde a primavera
refaz o seu vestido de corolas.
E não havia um nome para a tua ausência.
Mas tu vieste.
Do coração da noite?
Dos braços da manhã?
Dos bosques do Outono?
Tu vieste.
E acordas todas as horas.
Preenches todos os minutos.
acendes todas as fogueiras
escreves todas as palavras.
Um canto de alegria desprende-se dos meus dedos
quando toco o teu corpo e habito em ti
e a noite não existe
porque as nossas bocas acendem na madrugada
uma aurora de beijos.
Oh, meu amor,
doem-me os braços de te abraçar,
trago as mãos acesas,
a boca desfeita
e a solidão acorda em mim um grito de silêncio quando
o medo de perder-te é um corcel que pisa os meus cabelos
e se perde depois numa estrada deserta
por onde caminhas nua.
Joaquim Pessoa
Imagem retirada do Google
domingo, 30 de janeiro de 2011
citações......
sábado, 29 de janeiro de 2011
Algo secreto......
Há em tua vida algo secreto;
és uma noite em uma casa
as varandas abertas ao jardim.
Nos quartos não já há ninguém,
e, fora, só o luar.
Porém, o piano soa silenciosamente
com uma melodia muito antiga,
tão velha que nunca se cala.
Um pássaro é quem canta, há uma rosa
e há um espinho na varanda.
Tú és o pássaro que canta.
Tua voz é imortal, porque não é tua.
E tua carne é efêmera e dolente.
és uma noite em uma casa
as varandas abertas ao jardim.
Nos quartos não já há ninguém,
e, fora, só o luar.
Porém, o piano soa silenciosamente
com uma melodia muito antiga,
tão velha que nunca se cala.
Um pássaro é quem canta, há uma rosa
e há um espinho na varanda.
Tú és o pássaro que canta.
Tua voz é imortal, porque não é tua.
E tua carne é efêmera e dolente.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
*
Destruição
Os amantes se amam cruelmente
e com se amarem tanto não se vêem.
Um se beija no outro, reflectido.
Dois amantes que são? Dois inimigos.
Amantes são meninos estragados
pelo mimo de amar: e não percebem
quanto se pulverizam no enlaçar-se,
e como o que era mundo volve a nada.
Nada. Ninguém. Amor, puro fantasma
que os passeia de leve, assim a cobra
se imprime na lembrança de seu trilho.
E eles quedam mordidos para sempre.
deixaram de existir, mas o existido
continua a doer eternamente.
e com se amarem tanto não se vêem.
Um se beija no outro, reflectido.
Dois amantes que são? Dois inimigos.
Amantes são meninos estragados
pelo mimo de amar: e não percebem
quanto se pulverizam no enlaçar-se,
e como o que era mundo volve a nada.
Nada. Ninguém. Amor, puro fantasma
que os passeia de leve, assim a cobra
se imprime na lembrança de seu trilho.
E eles quedam mordidos para sempre.
deixaram de existir, mas o existido
continua a doer eternamente.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
o melhor da vida é....
Quase soneto de amor
Este meu desejo louco de realizar
Sempre o que é mais irrealizável
È que me leva a amar o improvável
E sempre mais querer, mais desejar.
Não tenho formas nas asas do querer
E ora sou um tigre majestoso
Ou o velho leão muito manhoso
E até mesmo um pavão posso ser.
O que me importa mais é descobrir
Maneiras novas do velho sentir,
Me renovar numa nova sensação.
Sou o hábito de amar reabilitado
Que procura despertar no ser amado
O melhor de toda vida, a ilusão.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
De : Ricardo Peña
Tan sólo sonreíase...
Ricardo Peña
Tan sólo sonreíase
cuando yo la miraba.
No me miraba nunca,
sólo yo la miraba.
Andaba lentamente
por las nacientes albas.
No me besaba nunca.
Sólo yo la besaba.
Hundíase en los bancos
de las nocturnas aguas.
No me inculpaba nunca.
Sólo yo la inculpaba.
Ela apenas sorria ...
Ela apenas sorria
quando eu a olhava.
Não me olhava nunca
só eu a olhava.
Andava lentamente
pelas nascentes madrugadas.
Não me beijava nunca.
Só eu a beijava.
Misturava-se nas ondas
das noturnas águas.
Não me culpava nunca.
Só eu a culpava.
domingo, 23 de janeiro de 2011
sábado, 22 de janeiro de 2011
desejo de sexta....
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
pensava......
Erótica
A noite descia
como um cortinado
sobre a erva fria
do campo orvalhado.
e eu (fauno em vertigem)
a rondar em torno
do teu corpo virgem,
sonolento e morno,
pensava no lasso
tombar do desejo;
em breve, o cansaço
do último beijo...
E no modo como
sentir menos fácil
o maduro pomo
do teu corpo grácil:
ou sem lhe tocar
– de tanto o querer! –
ficar a olhar,
até o esquecer,
ou como por entre
reflexos do lago,
roçar-lhe no ventre
luarento afago;
perpassando os meus
nos teus lábios húmidos,
meu peito nos teus
brancos
seios
túmidos...
Carlos Queirós
Foto:Tamaki Obuchi
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
pois foi....partiu, rsrsrsr
O amor partiu para parte incerta
O amor partiu para parte incerta
Não avisou. Não se despediu.
Saiu deixando moradas desertas
E sem aviso prévio… Partiu.
Quem primeiro notou a ausência foram os poetas
Nas páginas que sem amor ficaram escuras
Nos versos que sem ternura se tornaram raros
Nas palavras que rasgavam de tão duras.
Os músicos sem amor não encheram pautas
De notas que eram sons e sons que eram harmonia
E a música tocada sem amor era nota sem Dó
Clave sem Sol. Descompasso. Agonia.
Correm rumores que sem rota marcada o amor se fez ao mar
Que partiu infiltrado, clandestino num voo espacial
Que caminha errando e errante num deserto sem nome
Procurando a razão de ser. Primeira. Original.
Gasto. Cansado. Sem aviso prévio
Um dia o amor simplesmente… Partiu.
De : Encandescente.....
era........foi..
Quinta-feira, Janeiro 20, 2011
Nocturno
Eram, na rua, passos de mulher.
Era o meu coração que os soletrava.
Era, na jarra, além do malmequer,
espectral o espinho de uma rosa brava...
Era, no copo, além do gim, o gelo;
além do gelo, a roda de limão...
Era a mão de ninguém no meu cabelo.
Era a noite mais quente deste verão.
Era no gira-discos, o Martirio
de São Sebastião, de Debussy....
Era, na jarra, de repente, um lirio!
Era a certeza de ficar sem ti.
Era o ladrar dos cães na vizinhança.
Era, na sombra, um choro de criança...
David Mourão-Ferreira
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
amen......
e não só.....
Onde os lábios
Os lábios.
Distante, arrefecida chama.
Não só os lábios, também as estrelas
são distantes.
E os bosques. E as nascentes.
Também as nascentes são distantes.
As nascentes onde os lábios,
onde as estrelas bebem..
Só o deserto é próximo, só
o deserto.
Eugénio de Andrade
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
De : Canese ( meu maior defeito...tudo que se passa comigo morre dentro de mim....)
¡A CALLAR!
Jorge Canese
Aprendí a callar,
a sonreír
cuando era absolutamente necesario,
a correr, a no sentir,
a amar sin que se note,
a comer sin placer,
a olvidar pronto,
a vivir solo,
a pensar en los demás
para no pensar en uno mismo
y a rezar para no despertarme,
porque a veces
(aún a pesar de todo)
a uno le entran ganas de vivir
y como el monstruo sigue firme
a nuestro lado
no nos queda más remedio que olvidar
y recurrir a la oración,
al maratonismo y al silencio
para seguir huyendo y temiendo,
para no pensar
que algún día
las cosas puedan ser de otra manera.
( El trino soterrado, vol. II, 1986)
A Calar
Aprendi a calar,
a sorrir
quando era absolutamente necessário,
a correr, a não sentir,
a amar sem que se note,
a comer sem prazer,
a esquecer logo,
a viver só,
a pensar nos demais
para não pensar em si mesmo
e a rezar para não despertar,
porque, às vezes,
(ainda apesar de tudo)
surge um desejo de viver
e o monstro segue firme
ao nosso lado
mesmo se resta apenas o remédio de esquecer
e recorrer à oração,
ao maratonismo e ao silêncio
para continuar fugindo e temendo,
para não pensar
que outro dia
as coisas podem ser de outra maneira.
domingo, 16 de janeiro de 2011
as muito ingênuas que me perdoem.....
sábado, 15 de janeiro de 2011
pois há.....uma, mas................
Há uma mulher que desenrola os seus cabelos nas sílabas
Há uma mulher que desenrola os seus cabelos nas sílabas
e perfuma-as com o odor da sua lenta vulva
Ela tanto pode ser uma fêmea da lua como uma rapariga solar
Nas suas ancas ondula um indolente outono e nos seus seios desponta a primavera
Eu vejo-a e não a vejo na brancura da página
porque ela flutua vagamente na distância como uma lua no meio-dia
Mares bosques clareiras fontes em delicadas e delgadas linhas
fluem com o fulgor dessa mulher azul
As palavras caminham com o ritmo fresco dos seus pés descalços
sobre uma praia fulva de conchinhas brancas
O seu hálito doce embriaga as frases nuas
Ela é a presença ausente corpo de aragem viva
e a sua felicidade é tão vaga como vaga a sua longínqua imagem.
António Ramos Rosa
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Brasil
Ás minhas amizades de todo o Brasil ( os que me comentam e os que espreitam este blog )...
e em especial á população do Estado de Rio de Janeiro " Teresópolis, Nova Friburgo e Petrópolis "
as minhas mais sentidas condolências sobre a desgraça que aconteceu .
Fico em stand By , por uns dias , pois , não " postarei " .
Um grande abraço aos que me comentam e Bjs
e em especial á população do Estado de Rio de Janeiro " Teresópolis, Nova Friburgo e Petrópolis "
as minhas mais sentidas condolências sobre a desgraça que aconteceu .
Fico em stand By , por uns dias , pois , não " postarei " .
Um grande abraço aos que me comentam e Bjs
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
e não mata.....
Tu...............
Tu eras também uma pequena folha......
Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.
Pablo Neruda
O avesso do desejo
te encontraria
no deserto
às dez e meia
tonto de luz
passos trôpegos sobre a areia movediça
eu te desnudaria
meio-dia
sol a pino
e te manteria prisioneiro
até que tingisse
a tua pele
o mais negro ou rubro tom
e cegasse os teus olhos o sol da tarde
te abandonaria então
nu e insone
meio às sombras
sem sonhos
onde te escondias das noites quentes
de antigos janeiros
por fim partiria
liberta
de ti
e do cárcere gelado
dos interditados verões do teu amor
desejo ao avesso
ainda pulsando em mim
De: Marcia Maia
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
sábado, 8 de janeiro de 2011
O silencio.....
Na sombra cúmplice do quarto,
Ao contacto das minhas mãos lentas
A substância da tua carne
Era a mesma que a do silêncio.
Do silêncio musical, cheio
De sentido místico e grave,
Ferindo a alma de um enleio
Mortalmente agudo e suave.
Ah, tão suave e tão agudo!
Parecia que a morte vinha…
Era o silêncio que diz tudo
O que a intuição mal advinha.
É o silêncio da tua carne.
da tua carne de âmbar, nua,
Quase a espiritualizar-se
Na aspiração de mais ternura.
Manuel Bandeira
Ao contacto das minhas mãos lentas
A substância da tua carne
Era a mesma que a do silêncio.
Do silêncio musical, cheio
De sentido místico e grave,
Ferindo a alma de um enleio
Mortalmente agudo e suave.
Ah, tão suave e tão agudo!
Parecia que a morte vinha…
Era o silêncio que diz tudo
O que a intuição mal advinha.
É o silêncio da tua carne.
da tua carne de âmbar, nua,
Quase a espiritualizar-se
Na aspiração de mais ternura.
Manuel Bandeira
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
e nunca acordo.......
Pirata
Sou o único homem a bordo do meu barco.
Os outros são monstros que não falam,
Tigres e ursos que amarrei aos remos,
E o meu desprezo reina sobre o mar.
Gosto de uivar no vento com os mastros
E de me abrir na brisa com as velas,
E há momentos que são quase esquecimento
Numa doçura imensa de regresso.
A minha pátria é onde o vento passa,
A minha amada é onde os roseirais dão flor,
O meu desejo é o rastro que ficou das aves,
E nunca acordo deste sonho e nunca durmo.
Sophia de Mello Breyner Andresen
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
pois nesta......
Soneto de Áspera Resignação
Não me digas segredos nessa voz
em que dizes também o que não dizes.
Fica o silêncio ainda mais atroz
depois de entremostradas as raízes.
Prefiro que não digas nada, nada.
Que não sejas arbusto nem canção,
mas sombra entreaberta, recortada
por um lívido e breve coração.
Já que não podes dar-me o que eu sonhara
- inteireza de ramos e raiz -,
ao menos dá-me, intacta, a sombra clara
onde se esbatam vultos e perfis.
Pois nesta solidão melhor é ter
a sombra que um segredo de mulher.
David Mourão-Ferreira
Foto:Elena Vasileva
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
quantas vezes.......
Em teus braços.....
Em teus braços,
Quantas vezes...
Me perdi e me encontrei!
Em teus olhos,
Quantas vezes...
Me entristeci e me esperancei!
Em tua cama,
Quantas vezes,
Me despedacei e me alegrei!
Meu espírito! Teu espírito!
Minha boca! Tua boca!
Meu gozo! Teu gozo!
Impossível esquecer!
Cristiane França
Foto:Joris Van Daele
De; juan Ramon Jimenez
Jardín
Juan Ramón Jiménez
Yo no sé cómo saltar
desde la orilla de hoy
a la orilla de mañana.
El río se lleva, mientras,
la realidad de esta tarde,
a mares sin esperanza.
Miro al oriente, al poniente,
miro al sur y miro al norte.
Toda la verdad dorada
que cercaba al alma mía,
cual con un cielo completo,
se cae, partida y falsa.
Y no sé cómo saltar
desde la orilla de hoy
a la orilla de mañana.
De "Estío"
Jardim
Eu não sei como saltar
das fronteiras do hoje
para as bordas do amanhã.
O rio leva, no entanto,
a realidade desta tarde,
a mares sem esperança.
Eu olho para o oriene, o poente,
olho ao sul e olho ao norte.
Toda a verdade dourada
que cercava a minha alma,
como se fosse um céu cheio
caiu, perdida e falsa.
Eu não sei como saltar
das fronteiras de hoje
para as bordas do amanhã.
domingo, 2 de janeiro de 2011
Lembranças de fim de ano....
Nem Natal nem Ano Novo
Minha boca passeia
Pelos lugares mais insuspeitados de teu corpo
É meu carnaval de Natal...
Que me parece mesmo panetone
Quando sinto o gosto doce
Do prazer
Que emite queixas
Em deliciosos ais
de quero mais!
Os ponteiros dos relógios param...
Teu sorriso é que alimenta meu sonho
E tua voz ausente parece tão presente
Agora quanto ontem.
As luzes brilham, os sinos tocam,
Sinto mesmo no ar o cheiro de tender
E as luzes da árvore dançam
Como se dissessem para não me preocupar
com nada.
Não me preocupo.
O Natal passou
Nem passei perto de fazer
tantas coisas que pensei...
O melhor, meu bem é que sei
Que, amanhã, não estarei doente.
E criarei o dia de Natal novamente.
E o Natal, o ano novo, o carnaval há de vir
No momento em que você sorrir!
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