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quarta-feira, 10 de março de 2010



De noite, amada, amarra teu coração ao meu
e que eles no sonho derrotem
as trevas como um duplo tambor
combatendo no bosque
contra o espesso muro das folhas molhadas.
Noturna travessia, brasa negra do sonho.
Interceptando o fio das uvas terrestres
com pontualidade de um trem descabelado
que sombra e pedras frias sem cessar arrastasse.
Por isso, amor, amarra-me ao movimento puro,
à tenacidade que em teu peito bate.

Com as asas de um cisne submergido,
para que as perguntas estreladas do céu
responda nosso sonho com uma só chave,
com uma só porta fechada pela sombra.

Pablo Neruda

Foto:Michael Schultes

2 comentários:

Feiticeira disse...

Olá

O poema de Neruda é lindo
Mas me permite um comentario sobre teu blog? Talvez eu não tenha entendido o sentido, mas a imagem da mulher com um corte/cicatriz me choca,me faz pensar que o amor é sofrimento e marca profundo
Mas isso sou eu a pensar rss

Beijinhos

Don Juan disse...

Minha amiga , marcas todos temos , tanto fisicamente como no nosso interior , a mim nada me afecta qualquer " marca " desde que eu as aceite . Alem do mais para mim não há
pessoas feias ou com defeitos e os de boa aparencia exterior , muitas das vezes o seu interior é exacravel....

Me desculpa este meu " arrazoado " mas, se o faço é porque mereces esta minha explicação. Beijo