filial...
ensinaste-me nesse tempo que antecede
o florir das magnólias
a beber nos teus olhos as palavras
que te irrompem da boca
numa manifestação intempestiva
qual incontida mas concreta floração
dessa dimensão maior única
por dentro do amor
olho o rio em frente
penso nas palmas abraçando os pés
inseguros e frágeis que
sentes escaparem-te das mãos:
a areia do tempo
escorrendo-te por entre os dedos
na tua disputa contra a irrefutável
passagem do tempo
decretaste a irrelevância de me
saberes desprovido de úbere ventre
e declaraste-me aliado em luta
que era primacialmente tua
hoje carrego as cicatrizes de
um corpo que se expande para
albergar um objecto cardíaco em transmutação
uma reflexão líquida
do rio que me embala na noite
nutrindo os ramos filiais desse amor
com que me engravidaste
consumando a metamorfose
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