O lince da tua boca
deitado no meu poema
bebe o corpo dos meus versos
devora-lhe a alma acesa
Com as pernas puxa e enlaça
a linguagem desvenda
com as garras desce-lhe as alças
aceita a febre descalça
Crava os dentes na sintaxe
lambe devagar as letras
sente a rima onde e enreda
possui a escrita sem pena
Procura a nudez da página
tem um orgasmo de seda
['O lince do meu poema' de Maria Teresa Horta in Poesis]
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