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segunda-feira, 31 de outubro de 2011
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
..............porque
Porque não soube merecer a glória, a mais suave
de me deitar a teu lado
e que o sangue a palavra
abolisse a diferença entre o meu corpo e a minha voz
porque te perdi
não sei quem sou.
António Ramos Rosa
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Soneto de Áspera Resignação
Não me digas segredos nessa voz
em que dizes também o que não dizes.
Fica o silêncio ainda mais atroz
depois de entremostradas as raízes.
Prefiro que não digas nada, nada.
Que não sejas arbusto nem canção,
mas sombra entreaberta, recortada
por um lívido e breve coração.
Já que não podes dar-me o que eu sonhara
- inteireza de ramos e raiz -,
ao menos dá-me, intacta, a sombra clara
onde se esbatam vultos e perfis.
Pois nesta solidão melhor é ter
a sombra que um segredo de mulher.
David Mourão-Ferreira
Foto:Elena Vasileva
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
OUTUBRO QUENTE
Lugar da descoberta
Outubro de 2011
A brisa brinca com as folhas
num murmúrio de dança de noivado.
O Verão está esgotado.
Mas as buganvílias explodem
de fogo e esperança
num manto, espreguiçando-se
pela parede e pelo telhado.
Ao longe o som cavado
do mar revolto e violento.
Um arvéola saltita
à procura de sustento,
prateada, solitária e leve,
intranquila e breve
na quietude do momento.
O parar do pensamento!
O colher da quietude,
comunhão de terra e céu
num segundo que é meu.
Neste Outubro colho a paz,
sem pensar no que o Inverno traz.
Outubro soalheiro e quente
que, como diziam os antigos,
para nós, traz o Diabo no ventre!
Corpo adentro
Teu corpo é canoa
em que desço
vida abaixo
morte acima
procurando o naufrágio
me entregando à deriva.
Teu corpo é casulo
de infinitas sedas
onde fio
me afio e enfio
invasor recebido
com licores.
Teu corpo é pele exata para o meu
pena de garça
brilho de romã
aurora boreal
do longo inverno.
Marina Colasanti
Foto:Keiko Guest
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Insaciável amor
Antes mesmo da nudez
Já estavas nua
Para os meus olhos que estarrecidos
Como se fossem raios X
Examinavam a pele tua
Com as luzes fortes do desejo.
Não sei nem se tu sabes,
Mas, o amor compreende
Muito mais que os rumores dos lençóis,
Os líquidos, o suor, os beijos, a saliva....
O amor é esta coisa viva
Que nos acende
E nos torna os devoradores das horas,
Dominadores dos corpos,
Conquistadores da carne
Exploradores da alma.
O amor é a violência e a calma
De querer ser e ter o outro
E sempre achar pouco.
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
SONHO AZUL...
Voando
fechado no tempo,
Encontro momentos há muito perdidos.
Nos vales do paraíso
Infiltro a magia da liberdade
Nas veias da imaginação
E navego pela leveza do esplendor.
Acendo a tocha da reflexão
Embalo os sentimentos nos fluidos do silêncio
E abro a janela da criação
Vem comigo desvendar os mistérios da primavera
Delicadamente sentada no brilho das águas cristalinas,
Vaguear por entre os sons da inocência
E saborear a profundidade da beleza do carinho.
Vem decifrar as doces linhas dos enigmas
Que se escondem na beleza dos murmúrios do vento
E nas cores quentes do por do sol.
Vem percorrer as ondas do magnetismo absorvente
Do brilho dos olhares apaixonados pela sensual motivação
Da união de dois sentimentos.
Vem absorver essas gotas criadoras de sonhos interruptos
Que derrubam montanhas inexploráveis
Criando riachos por onde deslizas delicadamente deitada.
Vem provar o amor.
Jorge Viegas
Foto:Roberto Palladini
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Interrogação
Não sei se isto é amor. Procuro o teu olhar,
Se alguma dor me fere, em busca de um abrigo;
E apesar disso, crê! nunca pensei num lar
Onde fosses feliz, e eu feliz contigo.
Por ti nunca chorei nenhum ideal desfeito.
E nunca te escrevi nenhuns versos românticos.
Nem depois de acordar te procurei no leito
Como a esposa sensual do Cântico dos Cânticos.
Se é amar-te não sei. Não sei se te idealizo
A tua cor sadia, o teu sorriso terno...
Mas sinto-me sorrir de ver esse sorriso
Que me penetra bem, como este sol de Inverno.
Passo contigo a tarde e sempre sem receio
Da luz crepuscular, que enerva, que provoca.
Eu não demoro o olhar na curva do teu seio
Nem me lembrei jamais de te beijar na boca.
Eu não sei se é amor. Será talvez começo...
Eu não sei que mudança a minha alma pressente...
Amor não sei se o é, mas sei que te estremeço,
Que adoecia talvez de te saber doente.
Camilo Pessanha
Foto:Katarzyna Widmańska
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
De: helena guimaraes
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Estilhaços...
A boca
A boca,
onde o fogo
de um verão
muito antigo cintila,
a boca espera
(que pode uma boca esperar senão outra boca?)
espera o ardor do vento
para ser ave e cantar.
Levar-te à boca,
beber a água mais funda do teu ser
se a luz é tanta,
como se pode morrer?
Eugénio de Andrade
domingo, 16 de outubro de 2011
sábado, 15 de outubro de 2011
O mínimo de nós dois
No pequeno espaço
entre teu olhar e o meu
brilha a estrela do desejo
que nos guia um para o outro
Na ausente distância
entre teus lábios e os meus
brincam e fundem-se os hormônios
da nossa química mais secreta
No mínimo silêncio
onde somente nossos corpos falam
deslizam mãos em carícias
de tatos cegos que tudo dizem
No fugaz e eterno momento
da consumação de nosso amor
gritam gargantas no gozo do prazer
da quase dor desse explodir...
Camila Sintra
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Tempos .....
Eu sempre soube da verdade em teus olhos.
O que eles me disseram mantive guardado,
fora do alcance das conversas.
Havia um tempo em que a despedida
principiava um outro encontro,
escondido dos olhos e das conversas.
Havia um tempo com um doce cheiro no ar
de todos os perfumes.
Uma busca constante do olhar,
um gosto a mais nas coisas...
Era batom!
E era depois a pele,
o deslizar dos cabelos,
o afago das mãos...
A casa cheia de nossas conversas,
dos modos, das esperas e demoras.
Uma vida em tantos acordar!
Era por fim um outro olhar,
sem mais as mesmas verdades
(embora nunca mentiras).
Mas sem as mesmas respostas.
Outras vozes agora falam no nosso silêncio.
Mudamos os rumos,
os olhares,
o sentido da conversa.
Celso Brito
Foto:Howard Schatz
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Encontro .....
Quisera fosse um suspiro
que me seduzisse
inteira.
Algo sussurrado
aos ouvidos
que me fizesse
prisioneira.
Quisera mãos
me afagassem
a procura do outro
ser que há em
mim:
pele, pêlos, penugem,
a tua boca
na minha boca
a tua língua a deslizar
como uma serpente
entre meus dentes.
Suor, a transpirar
pelos poros,
pernas a entrelaçar
meu corpo,
olhos entreabertos.
Narinas aguçadas
a captar odores
daqueles seres que
se abraçam
daquele monte de carne,
objeto tridimensional
esculturas móveis
sal e beleza
e a sensualidade,
geografia obscena.
Obscenas também
nossas cabeças
que vão da fantasia
transformando
signos em matérias,
palavras soltas,
desejos que irrompem,
murmúrios,
lambidos.
Um grito transborda.
O infinito...
Angela Shaun
Foto:Paulo Cesar Guerra
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Soneto de amor
Não me peças palavras, nem baladas,
Nem expressões, nem alma... Abre-me o seio,
Deixa cair as pálpebras pesadas,
E entre os seios me apertes sem receio.
Na tua boca sob a minha, ao meio,
Nossas línguas se busquem, desvairadas...
E que os meus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas ágeis e delgadas.
E em duas bocas uma língua..., – unidos,
Nós trocaremos beijos e gemidos,
Sentindo o nosso sangue misturar-se.
Depois... – abre os teus olhos, minha amada!
Enterra-os bem nos meus, não digas nada...
Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!
José Régio
Foto:Irina Velichko
Endimião e Selene
Teócrito, poeta do século III conta de uma forma inequivocamente grega, a história de Endimião e Selene.
Quando Endimião, o pastor,
Guardava o seu rebanho,
Ela, a Lua, Selene,
Viu-o, amou-o e procurou-o,
Descendo do Céu
Para a clareira de Latmos,
Onde o beijou e deitou-se a seu lado.
Abençoado o destino do pastor,
Que ficou para sempre a dormir
Isento de todas as perturbações
Endimião, o pastor."
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Camané....
Sei de um rio, sei de um rio
Em que as únicas estrelas nele sempre debruçadas
São as luzes da cidade
Sei de um rio, sei de um rio
Onde a própria mentira tem o sabor da verdade
Sei de um rio…
Meu amor dá-me os teus lábios, dá-me os lábios desse rio
Que nasceu na minha sede, mas o sonho continua
E a minha boca até quando ao separar-se da tua
Vai repetindo e lembrando
Sei de um rio, sei de um rio
Meu amor dá-me os teus lábios, dá-me os lábios desse rio
Que nasceu na minha sede, mas o sonho continua
E a minha boca até quando ao separar-se da tua
Vai repetindo e lembrando
Sei de um rio, sei de um rio
Sei de um rio, até quando
Pedro Homem de Melo – Alain Oulman
domingo, 9 de outubro de 2011
“Sinto que hoje novamente embarco
Para as grandes aventuras,
Passam no ar palavras obscuras
E o meu desejo canta --- por isso marco
Nos meus sentidos a imagem desta hora.
Sonoro e profundo
Aquele mundo
Que eu sonhara e perdera
Espera
O peso dos meus gestos.
E dormem mil gestos nos meus dedos.
Desligadas dos círculos funestos
Das mentiras alheias,
Finalmente solitárias,
As minhas mãos estão cheias
De expectativa e de segredos
Como os negros arvoredos
Que baloiçam na noite murmurando.
Ao longe por mim oiço chamando
A voz das coisas que eu sei amar.
E de novo caminho para o mar.”
[Sophia de Mello Breyner]
...neste silêncio
Olhando nos meus, teus olhos gritavam:
diz, diz que me amas, diz da paixão
que sentes por mim...
Tremendo em silêncio, teus lábios diziam:
beija-me, deixa-me beber teu amor,
passear no teu corpo, fazer-te gozar...
Teus seios eretos, ansiando diziam:
somos teus, para sempre,
suga-nos e bebe nosso sumo de amor!
E à noite, teu corpo tremendo, pedia:
vem e me toma, guarda-te e morre
dentro de mim!
Teu sexo húmido, ansiando, chorava:
vem, te prometo prazeres sem fim,
vem meu amor e renasce em mim!
E eu, surdo da vida e surdo do amor,
não ouvia os teus gritos teu desejo por mim...
E quando o tédio infame, afinal tomou conta
e o descaso doído nos fez companhia,
afinal nossa hora chegou...
E sem gritos nem choros,
sem amor e sem ódios,
sem eu o saber,
levaste minha vida.
E hoje, no imenso vazio,
de um silêncio sem fim,
eu ouço teus gritos
que antes não ouvia...
Artur Ferreira
Foto:Mehmet Alci
18 horas TMC
Eram 6 da tarde quando cheguei ao Céu
uma orquestra de rouxinóis tocava boleros
e Deus estagiava poemas de amor na Mont Blanc
Temperatura agradável, nem frio de traições
nem calor de granadas em estufa de aguardente
o tempo que faz no Céu toda a Eternidade
Deram-me logo uma "Tequilla Sunrise" gelada de sorrisos
e uma coelhinha da Playboy com seios naturais
ofertou-se de mansinho para misturarmos peles
Depois fomos jantar trufas, vinho do Porto e Häagen Dazs
o restaurante era uma ostra acetinada com cheiro de lírios
e um "maître" vestido de anjo e curso de "saucier"
À noite, assistimos à "première" da nova versão da "Bíblia"
num cinema parecido com o castelo da Bela Adormecida
onde os bidões de pipocas sabiam a caviar e “foie-gras”
Gostei de ver Tom Cruise como Abraão, apesar da altura
as barbas compensaram e o moço está outra vez charmoso
não obstante Nicole vender agora o corpo em Hollywood
Trouxeram-me ao quarto num Rolls Royce verde de metais
conheci pessoalmente o saxofone tenor de Stan Getz
que ia deitado nos estofos a tocar “Apasionado”
Tomei um duche daqueles automáticos, novidade celestial
e deixei-me boiar na cama que cheirava a lavado de Ajax
entrou então, nua de pecados, uma massagista tailandesa
E cada vez que me pianava as costas bronzeadas
saíam-me dos poros os últimos demónios escondidos
e sentia-me como um alpinista no topo de mim
Quando acordei, sem remelas, ressacas, remorsos ou memórias
Bogart veio tomar comigo o uísque da manhã, sorriu-me
e disse que no Céu era sempre assim todos os dias.
Luís Graça
sábado, 8 de outubro de 2011
De onde chegam estas palavras?
De onde me chegam estas palavras?
Nunca houve palavras para gritar a tua ausência
Apenas o coração
Pulsando a solidão antes de ti
Quando o teu rosto doía no meu rosto
E eu descobri as minhas mãos sem as tuas
E os teus olhos não eram mais
que um lugar escondido onde a Primavera
refaz o seu vestido de corolas.
E não havia um nome para a tua ausência.
Mas tu vieste.
Do coração da noite?
Dos braços da manhã?
Dos bosques do Outono?
Tu vieste.
E acordas todas as horas.
Preenches todos os minutos.
acendes todas as fogueiras
escreves todas as palavras.
Um canto de alegria desprende-se dos meus dedos
quando toco o teu corpo e habito em ti
e a noite não existe
porque as nossas bocas acendem na madrugada
uma aurora de beijos.
Oh, meu amor,
doem-me os braços de te abraçar,
trago as mãos acesas,
a boca desfeita
e a solidão acorda em mim um grito de silêncio quando
o medo de perder-te é um corcel que pisa os meus cabelos
e se perde depois numa estrada deserta
por onde caminhas nua.
Joaquim Pessoa
Outono
Este frio que me penetra na alma
Esta lucidez amarga
Este Outono triste
Pessoas com o rosto cerrado
Parece que tudo fica mais negro
Olho em volta e vejo anónimos
No ritual da manhã
A beber o café
Saem apressados para o trabalho.
Passam as horas,
Voltam como autómatos para casa
Jantam, vêem televisão, deitam-se…
No dia seguinte tudo se repete
Onde estão os afectos?
Onde está o calor humano?
Cada vez há mais solidão.
Não se vive, vegeta-se…
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Cheiro ....
postado por wind às 00:24 0 comentários links to this post
ontem à noite
sonhei de corpo inteiro
– acordei com teu cheiro
Alonso Alvarez
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
...eu nem sei se me.....
Eu nem sei se me enganastes, mas, fingistes
tão bem o teu amor e o teu entusiasmo louco
que, hoje, ainda que nada entre nós dois existe,
ainda me parece que me amastes um pouco.
E se hoje, outra mulher, uma alegria
deixar quisera em minha existência triste
para me fazer feliz lhe pediria
que me enganasse como tu o fizestes.
Subitamente....
Subitamente
em pleno acto de amor
pediu-lhe um rosto
a mais crepuscular
prova de vida.
Manuel Filipe
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
O tempo, subitamente solto
O tempo, subitamente solto pelas ruas e pelos dias,
como a onda de uma tempestade a arrastar o mundo,
mostra-me o quanto te amei antes de te conhecer.
eram os teus olhos, labirintos de água, terra, fogo, ar,
que eu amava quando imaginava que amava. era a tua
a tua voz que dizia as palavras da vida. era o teu rosto.
era a tua pele. antes de te conhecer, existias nas árvores
e nos montes e nas nuvens que olhava ao fim da tarde.
muito longe de mim, dentro de mim, eras tu a claridade.
José Luís Peixoto
terça-feira, 4 de outubro de 2011
...no dia seguinte tudo....
Este frio que me penetra na alma
Esta lucidez amarga
Este Outono triste
Pessoas com o rosto cerrado
Parece que tudo fica mais negro
Olho em volta e vejo anónimos
No ritual da manhã
A beber o café
Saem apressados para o trabalho.
Passam as horas,
Voltam como autómatos para casa
Jantam, vêem televisão, deitam-se…
No dia seguinte tudo se repete
Onde estão os afectos?
Onde está o calor humano?
Cada vez há mais solidão.
Não se vive, vegeta-se…
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Lago....
No reflexo do lago
Nos amamos
Mergulhamos nas águas profundas
E as algas nos enleiam
As raízes das árvores
Dão-nos um abraço
Debaixo de água
Os peixes circulam à nossa volta.
Teu corpo esguio e molhado
Penetra todo o meu ser
Venho ao de cima
E voo na tua mão.
domingo, 2 de outubro de 2011
Não vou pôr-te flores de laranjeira no cabelo
Não vou pôr-te flores de laranjeira no cabelo
nem fazer explodir a madrugada nos teus olhos.
Eu quero apenas amar-te lentamente
como se todo o tempo fosse nosso
como se todo o tempo fosse pouco
como se nem sequer houvesse tempo.
Soltar os teus seios.
Despir as tuas ancas.
Apunhalar de amor o teu ventre.
Joaquim Pessoa
Foto:Volk56
sábado, 1 de outubro de 2011
Os versos que não fiz....
Soneto dos versos que não te fiz
Eu fiz uns versos para ti tão bobos..
Versos que, na verdade, pouco dizem.
Eram só palavras sobre o quão felizes
São meus dias contigo, todos, todos...
Não consegui os versos lindos, raros,
Que na mente sonhei pra te dizer !
Postos no papel já nem são claros
Como os que pensava pra te oferecer.
Mas, se bons versos não te digo ainda...
E que me pareces cada vez mais linda
Como nenhum um verso meu bem diz !
Talvez é que te amo tanto ! E nem mais sei...
Se esta falta não é que todo amor já dei
E até sem versos me sinto mais feliz!