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sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Sophia de Mello Breyner Andresen

 

Nov



Há cidades acesas na distância, 
Magnéticas e fundas como luas, 
Descampados em flor e negras ruas 
Cheias de exaltação e ressonância. 

Há cidades acesas cujo lume 
Destrói a insegurança dos meus passos, 
E o anjo do real abre os seus braços 
Em nardos que me matam de perfume. 

E eu tenho de partir para saber 
Quem sou, para saber qual é o nome 
Do profundo existir que me consome 
Neste país de névoa e de não ser.


Sophia de Mello Breyner Andresen






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