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sábado, 27 de julho de 2024

Elizabeth Bispo

 

JULHO




A arte de perder não é difícil de dominar; 
tantas coisas parecem cheias de intenção 
estar perdidos, que sua perda não é um desastre. 

Perca algo todos os dias. Aceite a agitação 
de chaves perdidas, da hora mal gasta. 
A arte de perder não é difícil de dominar. 

Então pratique perder mais longe, perder mais rápido: 
rostos, e nomes, e onde você quis dizer 
para viajar. Nenhum deles trará desastre. 

Perdi o relógio da minha mãe. E olha! meu último, ou 
a penúltima das três casas amadas foi embora. 
A arte de perder não é difícil de dominar. 

Perdi duas cidades, lindas. E, mais vastas, 
alguns reinos que possuí, dois rios, um continente. 
Sinto falta deles, mas não foi um desastre.

 - Mesmo te perdendo (a voz brincalhona, um gesto 
Eu amo) Eu não devo ter mentido. É evidente 
a arte de perder não é tão difícil de dominar 
embora possa parecer (Escreva!) um desastre. 


Elizabeth Bispo





sexta-feira, 19 de julho de 2024

Ysrael Soler

 


 
A mundialmente famosa pintura "A Verdade saindo do poço" Jean-Léon Gérôme, 1896. Vale a pena a leitura:
“De acordo com uma lenda do século 19, a Verdade e a Mentira se encontram um dia. A Mentira diz à Verdade: "Hoje é um dia maravilhoso"! A Verdade olha para o céu e suspira, pois o dia estava realmente lindo. Elas passam muito tempo juntos, e chegam ao poço para se banhar.
A Mentira diz a Verdade: "A água está muito boa, vamos tomar um banho juntos!" A Verdade, mais uma vez desconfiada, testa a água e descobre que de fato está muito boa. Elas tiram as roupas e tomam o banho.
De repente, a Mentira sai da água, veste as roupas da Verdade e foge.
A Verdade furiosa sai do poço e corre por todos os lugares para encontrar a Mentira e pegar suas roupas de volta.
O mundo, vendo a Verdade nua, desvia o olhar, com desprezo e raiva.
Desde então, a Mentira viaja pelo mundo, vestida como a Verdade, satisfazendo as necessidades da sociedade, porque o Mundo, em todo caso, não tem nenhum desejo de conhecer a Verdade nua ”






Joan Margarit

 

JUL



Na minha juventude estava convencido 
de que a serenidade ajuda a imaginar. 
Agora sei que na vida imaginada 
o pior de mim já está nos alicerces. 
Já me esqueci de tantas versões históricas: 
as mentiras dos clássicos e dos românticos. 
E, ao mesmo tempo, quão aborrecido 
o actual labirinto, quão complexo e sujo, 
e, envolvendo tudo, uma noite estrelada 
que em caso algum serei capaz de compreender. 
Hoje só uma voz me fala 
surgida da dureza que há na própria vida, 
a única na qual vejo ainda alguma verdade: 
a música a cobrir o nada de beleza, 
os meus poemas, a força do amor 
e da palavra juntas. Tu e eu. 
Os que os lerem na sua própria solidão.


Joan Margarit





terça-feira, 16 de julho de 2024

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Estava saindo com uma pessoa
Ela fechou os olhos e pediu para que eu fechasse os meus
Ela tomou minhas mãos pelas delas e levou-as ao seu rosto
Havia um sorriso
O sorriso mais belo que eu soube

domingo, 14 de julho de 2024

Nuno Júdice

 Home

  1. Aprendo com as mãos a gramática do teu corpo, 
    separando orações e dividindo sílabas. Atravesso 
    a conjugação dos teus seios, perco-me no gerúndio 
    dos teus cabelos, erro, por vezes, no enunciado 
    dos verbos. Mas aceito as tuas emendas, e volto 
    ao princípio da frase quando me dizes que tenho 
    de voltar a pôr acentos e vírgulas, ou que me 
    enganei nos complementos. Com efeito, não é 
    fácil esta gramática que percorre a língua 
    do amor, a única que não precisa de 
    dicionários e que, por vezes, nem precisa 
    de palavras. "Então", perguntas, "para que serve 
    todo este trabalho?" Mas quando te respondo 
    que tudo tem de ser feito segundo as regras, 
    e que nem a gramática do amor as dispensa, 
    vais ao quadro e apagas tudo o que lá estava, 
    para recomeçarmos, como se ainda não soubéssemos 
    como se enche o quadro branco.


    Nuno Júdice



sábado, 13 de julho de 2024

António Gedeão

 Pedra Filosofal




Eles não sabem que o sonho

é uma constante da vida

tão concreta e definida

como outra coisa qualquer,

como esta pedra cinzenta

em que me sento e descanso,

como este ribeiro manso

em serenos sobressaltos,

como estes pinheiros altos

que em verde e oiro se agitam,

como estas aves que gritam

em bebedeiras de azul.



eles não sabem que o sonho

é vinho, é espuma, é fermento,

bichinho álacre e sedento,

de focinho pontiagudo,

que fossa através de tudo

num perpétuo movimento.



Eles não sabem que o sonho

é tela, é cor, é pincel,

base, fuste, capitel,

arco em ogiva, vitral,

pináculo de catedral,

contraponto, sinfonia,

máscara grega, magia,

que é retorta de alquimista,

mapa do mundo distante,

rosa-dos-ventos, Infante,

caravela quinhentista,

que é cabo da Boa Esperança,

ouro, canela, marfim,

florete de espadachim,

bastidor, passo de dança,

Colombina e Arlequim,

passarola voadora,

pára-raios, locomotiva,

barco de proa festiva,

alto-forno, geradora,

cisão do átomo, radar,

ultra-som, televisão,

desembarque em foguetão

na superfície lunar.



Eles não sabem, nem sonham,

que o sonho comanda a vida,

que sempre que um homem sonha

o mundo pula e avança

como bola colorida

entre as mãos de uma criança.



In Movimento Perpétuo, 1956









António Gedeão

Rómulo Vasco da Gama de Carvalho, português, foi um químico, professor de físico-química do ensino secundário no Liceu Pedro Nunes e Liceu Camões, pedagogo, investigador de História da ciência.



sexta-feira, 12 de julho de 2024

Vielas de Alfama - Mariza




CANÇÕES PORTUGUESAS

MARIZA - VIELAS DE ALFAMA
é o mais antigo e um dos mais típicos bairros da cidade de Lisboa. O seu nome deriva a árabe "al-hamma" que significa fontes quentes. É uma espécie de pequenina aldeia em que as pessoas todas se conhecem e cumprimentam diariamente.

António Ramos Rosa - O teu rosto (por José-António Moreira)





VIVA a POESIA


Lindissimo poema e perfeitamente declamado.

Sophia de Mello Breyner Andresen In “Dia do Mar”

 QUANDO

Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações à minha porta.
Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.
Será o mesmo brilho, a mesma festa,
Será o mesmo jardim à minha porta,
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.
Sophia de Mello Breyner Andresen
In “Dia do Mar”




Bruce Springsteen - War





Uma das músicas mais importantes e significativas de todos os tempos. A emoção na maneira como Bruce entrega é tão poderosa e ainda relevante hoje. Desejo paz na Ucrânia!

quinta-feira, 11 de julho de 2024

Chutzpah 2013 Vancouver Canada - Goodbye Odessa





ADEUS ODESSA


Proshchay Odessa, uma canção judaica dedicada à cidade ucraniana de Odessa, interpretada por Olga Mieleszczuk em língua yiddish, acompanhada por Lisa Gutkin em violino, Ittai Bimun em clarinete e Uri Sharlin em acordeão. O yiddish é um idioma de raíz germânica e contendo vocábulos hebraicos, aramaicos e eslavos, falado pelos judeus da Europa Central e Oriental

sábado, 6 de julho de 2024

Sheiks - Missing You





Esta música é uma das minhas favoritas de sempre. Parabéns aos sheiks

Joe Dassin - Et Si Tu N'Existais Pas...





É a música mais linda da história da música. Joe Dassin foi um GRANDE CANTOR no mundo.

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se o amor fosse uma casa
tinha tecto de céu, chão de luz e janelas para os dias felizes

quinta-feira, 4 de julho de 2024

"My Way" Frank Sinatra (Homenagem c/ Tradução) Lyrics - Twitter: @George...




Esta música tem a capacidade de nos fazer reflectir na dura vida que levamos... E mostrando que por mais dificil que seja a caminhada continuaremos fazendo do nosso jeito. De maneira prudente, esperançosa e com muita fé! ...

Victor Espadinha "Tudo São Recordações"





Excelente.

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Beautiful Girls will fly on Devils wheel | Teufelsrad Damen |München 202...





roda do diabo...

Franz Kafka





Ele era mais parecido com Charlie Chaplin do que com Kafka!

terça-feira, 2 de julho de 2024

"A Fé Move Montanhas"

 "A Fé Move Montanhas"



Dizia Jesus que “a fé move montanhas” mas o que Jesus não sabia é que a fé movia uma substância chamada “endorfinas”, descobertas em 1975, e que funcionam como morfina natural que acalma a dor e faz sentir melhoras. Uma descarga de “endorfinas” pode fazer com que um doente se levante, recobre a vista, se cure. O Dr. Nicanor Arriola, ortopedista muito conhecido em Iquiros, Perú, relata a seguinte experiência:

- "Um dia um ancião, em cadeira de rodas, entrou no meu copnsultório com a sua família. Examinei-lhe os músculos e concluí que não tinha nada, sofria de uma "parelesia histérica". Então, recordando o que fazia Jesus, levantei-me, pus-me diante dele e com uma voz de autoridade e ternura disse-lhe: levanta-te e anda! e o ancião pôs-se de pé e cambaleante, caminhou até mim. A família considerou um milagre."

 O nosso corpo é a melhor farmácia que temos, reage às doenças e produz as substâncias curativas que necessitamos. O milagre somos nós próprios que os fazemos.