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terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Maria Teresa Horta

 

Feb




Põe devagar os dedos 
devagar...

e sobe    devagar 
até ao cimo 

o suco lento que sentes 
escorregar 
é o suor das grutas 
o seu vinho 

Contorna o poço 
aí tens de parar 
descer, talvez 
tomar outro caminho...

Mas põe os dedos e sobe 
devagar... 

Não tenhas medo 
daquilo que te ensino


Maria Teresa Horta






sábado, 15 de fevereiro de 2025

Para meditar e relaxar

 

Para meditar e relaxar

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O incenso é uma substância aromática que é queimada para purificar e perfumar ambientes. Seu significado vai além disso, pois é utilizado em várias práticas espirituais e religiosas, como meditação e rituais, para atrair boas energias e se conectar com o divino. A palavra "incenso" deriva do latim "incendere", que significa "queimar", e ao longo dos séculos, o incenso tem sido associado a simbolismos profundos e à libertação de moléculas aromáticas no ambiente. 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

de Cristina Peri Rossi

 

Um poema memorial de Cristina Peri Rossi

 


LA MEMORIA ES UNA FORMA DEL AMOR

Cristina Peri Rossi



La memoria es una forma del amor.
Te recuerdo
y me dueles
como el dolor del miembro ausente.
Aquel que ya no está
no puedo tocar
ni acariciar
pero insiste en vibrar en estremecer mis fibras interiores.
Entonces te vuelvo a amar
te conviertes en fantasma
y te sueño todavía
y en el sueño te beso y acaricio
y tú sonríes, completa por fin.

A MEMÓRIA É UMA FORMA DE AMOR

A memória é uma forma de amor.

Te recordo

e me dói

como a dor de um membro ausente.

Aquele que já não está

que não posso tocar

nem acariciar,

porém insiste em vibrar estremecer minhas fibras interiores.

Então volto a te amar

te convertes num fantasma

e te sonho, todavia

e no sonho te beijo e acaricio

e tu sorris, completa por fim.

Ilustração: Terra.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

......................

 



Que venhas, então, em urgência, pois o tempo pesa em mim.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

POESIA

 

Sem Você

 


Havia um tempo

Onde o teu amor era meu

E o sabia

Sem precisar de palavras ou fotografias.

 

Havia um tempo

Onde o teu amor era meu

E o mundo mágico e melodioso

Seguia o ritmo de teu olhar formoso.

 

Hoje, olhando o caos que ficou,

Vegetando como se vida fosse,

Só me resta a lembrança doce

E perguntar como foi que este tempo se acabou.

 

Onde minha vida se perdeu?

Ilustração: Shopee.

Foda-se (por Millôr Fernandes) - óptimo anti-stress

 

Foda-se (por Millôr Fernandes) - óptimo anti-stress



O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela diz.

Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"?

O "foda-se!" aumenta a minha auto-estima, torna-me uma pessoa melhor.

Reorganiza as coisas. Liberta-me.

"Não quer sair comigo?! - então, foda-se!"

"Vai querer mesmo decidir essa merda sozinho(a)?! - então, foda-se!"

O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição.

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para dotar o nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade os nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo a fazer a sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.

"Comó caralho", por exemplo. Que expressão traduz melhor a ideia de muita quantidade que "comó caralho"?

"Comó caralho" tende para o infinito, é quase uma expressão matemática.

A Via Láctea tem estrelas comó caralho!

O Sol está quente comó caralho!

O universo é antigo comó caralho!

Eu gosto do meu clube comó caralho!

O gajo é parvo comó caralho!

Entendes?

No género do "comó caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "nem que te fodas!".

Nem o "Não, não e não!" e tão pouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, nem pensar!" o substituem.

O "nem que te fodas!" é irretorquível e liquida o assunto.

Liberta-te, com a consciência tranquila, para outras actividades de maior interesse na tua vida.

Aquele filho pintelho de 17 anos atormenta-te pedindo o carro para ir surfar na praia? Não percas tempo nem paciência.

Solta logo um definitivo:

"Huguinho, presta atenção, filho querido, nem que te fodas!".

O impertinente aprende logo a lição e vai para o Centro Comercial encontrar-se com os amigos, sem qualquer problema, e tu fechas os olhos e voltas a curtir o CD (...)

Há outros palavrões igualmente clássicos.

Pense na sonoridade de um "Puta que pariu!", ou o seu correlativo "Pu-ta-que-o-pa-riu!", falado assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba.

Diante de uma notícia irritante, qualquer "puta-que-o-pariu!", dito assim, põe-te outra vez nos eixos.

Os teus neurónios têm o devido tempo e clima para se reorganizarem e encontrarem a atitude que te permitirá dar um merecido troco ou livrares-te de maiores dores de cabeça.

E o que dizer do nosso famoso "vai levar no cu!"? E a sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai levar no olho do cu!"?

Já imaginaste o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta:

"Chega! Vai levar no olho do cu!"?

Pronto, tu retomaste as rédeas da tua vida, a tua auto-estima.

Desabotoas a camisa e sais à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu-se!". E a sua derivação, mais avassaladora ainda: "Já se fodeu!".

Conheces definição mais exacta, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação?

Expressão, inclusivé, que uma vez proferida insere o seu autor num providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando estás a sem documentos do carro, sem carta de condução e ouves uma sirene de polícia atrás de ti a mandar-te parar. O que dizes? "Já me fodi!"

Ou quando te apercebes que és de um país em que quase nada funciona, o desemprego não baixa, os impostos são altos, a saúde, a educação e … a justiça são de baixa qualidade, os empresários são de pouca qualidade e procuram o lucro fácil e em pouco tempo, as reformas têm que baixar, o tempo para a desejada reforma tem que aumentar … tu pensas “Já me fodi!”

Então:

Liberdade,

Igualdade,

Fraternidade

e

foda-se!!!

Mas não desespere:

Este país … ainda vai ser “um país do caralho!”

Atente no que lhe digo!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

San Francisco - Scott McKenzie






SCOTT McKENZIE -  SAN FRANCISCO

Morreu  com 73 anos vítima de uma doença do sistema nervoso que o vinha obrigando a internamentos  desde 2010.  San Francisco,
 seu grande sucesso musical, ficou-nos colado à pele e aos ouvidos e tornou-se no hino de uma geração misto de revolução hippie, música, drogas, liberdade sexual, expressão artística e política. Esta canção, inicialmente, devia servir para promover o festival de música pop de Monterey mas acabou por chegar aos primeiros lugares dos top e colou-se à cidade como símbolo de liberdade e, para ele, Scott Mckenzie, o seu cartão de visita.