Ricardo Araújo Pereira
Ricardo Araújo Pereira queixava-se, há dias, de não poder fazer piada com a palavra “paneleirice” sem que lhe caíssem em cima os homossexuais, pelo menos os mais impressionáveis.
Ora bem, paneleirices, são coisas de paneleiros, e agora cada um descubra que coisas são essas porque ninguém se dá ao trabalho de especificar ou dar exemplos, a não ser o tigre da minha história que recostado numa árvore da selva limava as unhas com uma lima especial que eles lá tinham para afiar garras de grandes felinos.
Passou por ele uma zebra que vendo-o naquele propósito, perguntou-lhe:
- Ó tigre, o que estás aí a fazer? – Não vês que estou a afiar as garras para desafiar o leão para uma briga?
A zebra ouvindo falar em brigas com leões e pensando que ainda podia sobrar para ela, deu um salto e pôs-se a milhas...
Passado um tempo apareceu um guelengue, também chamado de boi-cavalo, que têm cornos e dão ao rabo quando fogem, e se tinha tresmalhado da manada.
- Ó tigre, o que estás a fazer? – Não vês? – Estou a afiar as garras porque vou lutar com o leão.
Outros animais foram aparecendo mas a conversa foi sempre a mesma e todos eles tiveram pressa em abandonar rapidamente aquele local que bem poderia ser cenário de lutas sangrentas...
O leão, que fazia uma sesta ali perto, e sestas é o que mais gostam de fazer, para além de encher as suas enormes barrigas à custa do trabalho das leoas, acordou, levantou-se, espreguiçou-se, rugiu para afirmar a sua autoridade de rei dos animais e num passo lento, como é hábito dos soberanos, decidiu-se por um pequeno passeio no território sob o seu domínio.
Passando pelo tigre e vendo-o naquele propósito, também não resistiu a perguntar-lhe:
- Ó tigre, o que estás aí a fazer? - Ao que o tigre respondeu:
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