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sexta-feira, 31 de maio de 2024

ÀLVARO FEIJÓ

 

Álvaro Feijó - Eu tive um pássaro de prata




Eu tive um pássaro de prata
Álvaro Feijó (1916-1941)

Eu tive um pássaro de prata…
Seguia rotas sem fim
– sem dar conta das horas, das distâncias –
para longe de mim.
Um dia veio a tempestade…
O pássaro quebrou as suas asas de prata
e capotou!
Sofri!
Eu sei lá se sofri,
vendo no chão toda a engrenagem
que a moldara
e a fuselagem
deselegante, como uma lesma, indiferente, ao sol.
E nem assim
deixou de erguer-se ao céu o pássaro de prata
tentando novas rotas,
voando sempre, e só, para dentro de mim…

Álvaro Feijó (1916-1941)

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