Seguidores

terça-feira, 30 de julho de 2019

Curiosidades sobre a Idade Média







Curiosidades sobre a Idade Média
Naquele tempo a maioria casava-se no mês de junho (início do verão, para eles), porque, como tomavam o primeiro banho do ano em maio, em junho o cheiro ainda estava mais ou menos. Entretanto, como já começavam a exalar alguns "odores", as noivas tinham o costume de carregar buquês de flores junto ao corpo, para disfarçar. Daí termos em maio o "mês das noivas" e a origem do buquê explicadas.
Os banhos eram tomados numa única tina, enorme, cheia de água quente. O chefe da família tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa. Depois, sem trocar a água, vinham os outros homens da casa, por ordem de idade, as mulheres, também por idade e, por fim, as crianças. Os bebês eram os últimos a tomar banho.
Quando chegava a vez deles, a água da tina já estava tão suja que era possível perder um bebê lá dentro. É por isso que existe a expressão em inglês "don't throw the baby out with the bath water", ou seja, literalmente "não jogue fora o bebê junto com a água do banho", que hoje usamos para os mais apressadinhos...
Os telhados das casas não tinham forro e as madeiras que os sustentavam eram o melhor lugar para os animais se aquecerem; cães, gatos e outros animais de pequeno porte como ratos e besouros. Quando chovia, começavam as goteiras e os animais pulavam para o chão. Assim, a nossa expressão "está chovendo canivetes" tem o seu equivalente em inglês em "it's raining cats and dogs".
Para não sujar as camas, inventaram uma espécie de cobertura, que se transformou no dossel.
Aqueles que tinham dinheiro possuíam pratos de estanho. Certos tipos de alimentos oxidavam o material, o que fazia com que muita gente morresse envenenada - lembremo-nos que os hábitos higiênicos da época não eram lá grande coisa...
Isso acontecia frequentemente com os tomates, que, sendo ácidos, foram considerados, durante muito tempo, como venenosos.
Os copos de estanho eram usados para beber cerveja ou uísque. Essa combinação, às vezes, deixava o indivíduo "no chão" (numa espécie de narcolepsia induzida pela bebida alcoólica e pelo óxido de estanho). Alguém que passasse pela rua poderia pensar que ele estava morto, portanto recolhia o corpo e preparava o enterro. O corpo era então colocado sobre a mesa da cozinha por alguns dias e a família ficava em volta, em vigília, comendo, bebendo e esperando para ver se o morto acordava ou não. Daí surgiu a vigília do caixão.
Os cemitérios eram pequenos, e nem sempre havia espaço para enterrar todos os mortos. Então os caixões eram abertos, os ossos tirados e encaminhados ao ossário, e o túmulo era utilizado para outro infeliz.
As vezes ao abrir os caixões, percebiam que havia arranhões nas tampas do lado de dentro, o que indicava que aquele morto, na verdade, tinha sido enterrado vivo. Assim, surgiu a idéia de, ao fechar os caixões, amarrar uma tira no pulso do defunto, tira essa que passava por um buraco no caixão e ficava amarrada num sino.
Após o enterro, alguém ficava de plantão ao lado do túmulo durante uns dias.
Se o indivíduo acordasse, o movimento do braço faria o sino tocar. Assim, ele seria "saved by the bell", ou "salvo pelo gongo", como usamos hoje...

DE /      Revolução XXI

Nenhuma descrição de foto disponível.






De Stock: Raia do homem


Quando eu beijo você em todos os lugares  

do seu corpo, você faz aquele barulho como um cachorro  
sonhando, sonhando com o longo prazo que ele faz  
em resposta a um pouco de seus hormônios,  
correndo em aterros sanitários, correndo, correndo  
por pontas e costas de O cheiro de muito,  
mas ainda vai com a cabeça erguida e focinho  
no ar, porque ele ama tudo  
e tem que fugir. Eu tenho que beijar mais fundo  
e mais devagar - seu pescoço, seu braço interno,  
os vincos dos dedos dos pés, a sombra  
atrás do joelho, os ângulos brancos da virilha -  
até você ficar quieta, porque só então  
consigo as malditas palavras Entre na minha boca.

 Jo Shapcott

domingo, 28 de julho de 2019

Mia Couto, in 'Raiz de Orvalho'





Pergunta-me

Pergunta-me 
se ainda és o meu fogo 
se acendes ainda 
o minuto de cinza 
se despertas 
a ave magoada 
que se queda 
na árvore do meu sangue

Pergunta-me 
se o vento não traz nada 
se o vento tudo arrasta 
se na quietude do lago 
repousaram a fúria 
e o tropel de mil cavalos

Pergunta-me 
se te voltei a encontrar 
de todas as vezes que me detive 
junto das pontes enevoadas 
e se eras tu 
quem eu via 
na infinita dispersão do meu ser 
se eras tu 
que reunias pedaços do meu poema 
reconstruindo 
a folha rasgada 
na minha mão descrente

Qualquer coisa 
pergunta-me qualquer coisa 
uma tolice 
um mistério indecifrável 
simplesmente 
para que eu saiba 
que queres ainda saber 
para que mesmo sem te responder 
saibas o que te quero dizer

Mia Couto, in 'Raiz de Orvalho'

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas

sábado, 27 de julho de 2019

Ricardo- águialivre





.SÃO AS LÁGRIMAS O SUSSURO DO PENSAMENTO
..................................
São as lágrimas o sussurro do pensamento
Mostram tristeza, alegria, são voz de amor
Escorrem pelas faces em rios de tormento
Ensopam teus lábios como pétalas de flor

Todas as emoções que inundam teu pensar
Águas impiedosas da tua ilustre existência
Marés vazias que teus olhos fazem chorar
Fantasias soltas entre lágrimas da vivência

Noto em ti a solidão que gera o afastamento
Sensações sombreadas do triste sentimento
Qual lacrimejar em oceano de infinda ilusão

Deixa-me secar tuas faces de distinta beleza
Beijá-las com amor deixando nelas a certeza
Que essas lágrimas são dor em meu coração
..........

Publicada por Ricardo- águialivre

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Francisco Valverde Arsénio /// ANTES DE AMAR…






ANTES DE AMAR…

Namora-me,
olha que o vento deixou de soprar
e que os nossos olhos
se apearam fora da estação.

Namora-me
como fazem as urzes
e as estevas,
como faz o lírio,
a oitava musical,
ou o azul
quando rouba o verde ao mar.

Há um lago,
uma noite,
uma mão esquecida da minha,
um poema,
um soluço,
um rio que aperta a foz.

Namora-me,
traz uma porção reticulada de chão,
um destino cravado de pontos cardeais,
um jardim de palavras incandescentes.

Namora-me no preâmbulo do teu amor.

Namora-me antes que me ames.

Francisco Valverde Arsénio


A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, pessoas sentadas e ar livre

............ PARA VARIAR.





EXAME DO TOQUE RECTAL(Isto é que é macho...)

Um homem de 55 anos vai ao médico fazer o famoso exame do "TOQUE RECTAL".
Entra no consultório com uma arma na mão e diz:

És tu que me vais meter o dedo no cu?????

- Sim sou eu, diz o médico a tremer.

Nisto o homem coloca a arma na secretária do médico e repete:

És tu que me vais meter o dedo no cu?????

- Sim sou eu, responde o médico já em pânico.

E o homem diz:

- Se vires que estou a gostar dá-me um tiro!!!...


quinta-feira, 25 de julho de 2019

José Luís Peixoto, in "A Casa, A Escuridão"





Amor

o teu rosto à minha espera, o teu rosto 
a sorrir para os meus olhos, existe um 
trovão de céu sobre a montanha.

as tuas mãos são finas e claras, vês-me 
sorrir, brisas incendeiam o mundo, 
respiro a luz sobre as folhas da olaia.

entro nos corredores de outubro para 
encontrar um abraço nos teus olhos, 
este dia será sempre hoje na memória.

hoje compreendo os rios. a idade das 
rochas diz-me palavras profundas, 
hoje tenho o teu rosto dentro de mim.

José Luís Peixoto, in "A Casa, A Escuridão"


A imagem pode conter: ar livre e natureza

Poeminha contra os homens ocos!








Há sim! Existem muitos homens ocos.
Alguns fingem ser intelectuais,
enquanto repetem bordões banais.
Muitos citam Marx, Foucault, Rousseau, Marcuse, Gramsci,
depois de ter lido uma página.
E se sentem, falam, apontam os dedos sujos
contra os demais, que só querem paz,
e ter uma vida decente,
como cúmplices, como indiferentes
ao destino humano.
Os homens ocos se acham o supra-sumo humano,
parecem sempre conhecer o futuro,
serem seres iluminados,
que, nunca, estão errados,
e sempre seguem, como uma boa manada,
um líder qualquer, que não entende nada,
mas, tem a solução para tudo.
É fácil de reconhecer um homem oco:
falam sempre em nome da sociedade,
dos grupos minoritários,
são defensores, sem mandato, da igualdade
e pregam que acabarão com a fome,
as diferenças, a desumanidade,
que, claro, está nos outros.
O discurso dos homens loucos
( e das mulheres-há mulheres, muitas, ocas também)
é repleto de boas intenções, exige ação,
falam sempre em nome dos mais pobres,
da nação, do bem-estar internacional,
porém, abaixo da cobertura doce,
podem crer,
existe sempre um ditador em potencial,
um homem obcecado por poder.
Eles se vestem, e empunham, a bandeira da vanguarda,
da esquerda,
como se a Natureza exigisse a igualdade
e repetem, com enfase, palavras antigas, antiquíssimas,
para poder dividir e reinar.
Algumas vezes, até chega a dar certo,
por algum tempo,
porém, chega o momento
em que a realidade se impõe.
E o homem oco
não aceita, nem um pouco,
que o mundo não se curve aos seus desejos
procurando impedir que a vida avance em vão.
Pobres homens ocos!!!
O tempo, por mais que fale em história,
se esvai 
com o progresso,
que caminha, por mais lento que seja,
e nos leva, inevitavelmente,
para a maior diversidade.
Por isto, meus amigos, se protejam.
E repitam comigo:
-Abaixo os homens ocos!
-Abaixo os vendedores de ilusão!
Não basta empunhar livros,
ter livros nas mãos.
É preciso, acima de tudo, compreendê-los!
Não basta falar em humanidade.
É preciso ser humano.
E tantos os santos, quanto os sábios, sabem
que não se muda o mundo por revolução,
que é, na verdade,
o meio do tirano
impor sua vontade.
É apenas a violência
que silencia, engana, ilude, mata,
como fazem sempre os homens ocos,
em nome da verdade!

By Spsersivo/Br.

terça-feira, 23 de julho de 2019

Hamilton Ramos Afonso





Obsessão

Não te agarres demasiado
a um passado que não volta…
...não sintas que tens 
de expiar culpas que te cabem...

Encara o teu dia de hoje 
como um dia novo e 
agarra o futuro sem viveres obcecada
em tentar provar que a história se repete…
...porque não se repete…

O comboio da vida apenas passa uma vez
pelo mesmo apeadeiro…


Hamilton Ramos Afonso

A imagem pode conter: 1 pessoa, a sorrir

Albano Martins





Deixo-te as flores
Deixo-te as flores que amei e amo ainda - as silvestres em primeiro lugar.
Por elas muitas vezes me perdi nos montes, namorei os espinhos, construí pontes e jangadas, competi em altura com as árvores.
E deixo-te as outras, todas as outras. As glicínias e as dálias. Os lírios e os goivos. As anémonas e os jasmins. Os crisântemos.
Todos os jardins da terra e do mar.
A morada
dos dinossauros
e dos hipocampos.
Albano Martins

Nenhuma descrição de foto disponível.

sábado, 20 de julho de 2019

Mais uma poesia de Antonio Gala











QUIZA EL AMOR ES SIMPLEMENTE ESTO

Antonio Gala

Quizá el amor es simplemente esto:
entregar una mano a otras dos manos,
olfatear una dorada nuca
y sentir que otro cuerpo nos responde en silencio.

El grito y el dolor se pierden, dejan
sólo las huellas de sus negros rebaños,
y nada más nos queda este presente eterno
de renovarse entre unos brazos

Maquina la frente tortuosos caminos
y el corazón con frecuencia se confunde,
mientras las manos, en su sencillo oficio,
torpes y humildes siempre aciertan.

En medio de la noche alza su queja
el desamado, y a las estrellas mezcla
en su triste destino.
Cuando exhausto baja los ojos, ve otros ojos
que infantiles se miran en los suyos.

Quizá el amor sea simplemente eso:
el gesto de acercarse y olvidarse.
Cada uno permanece siendo él mismo,
pero hay dos cuerpos que se funden.

Qué locura querer forzar un pecho
o una boca sellada.
Cerca del ofuscado, su caricia otro pecho exige,
otros labios, su beso,
su natural deleite otra criatura.

De madrugada, junto al frío,
el insomne contempla sus inusadas manos:
piensa orgulloso que todo allí termina;
por sus sienes las lágrimas resbalan...
Y sin embargo, el amor quizá sea sólo esto:
olvidarse del llanto, dar de beber con gozo
a la boca que nos da, gozosa, su agua;
resignarse a la paz inocente del tigre;
dormirse junto a un cuerpo que se duerme.


TALVEZ O AMOR SEJA SIMPLESMENTE ISTO

Talvez o amor é simplesmente isto:
entregar uma mão a outras duas mãos,
cheirar um pescoço dourado
e sentir que o outro corpo responde a nós em silêncio.

O choro e dor se perdem, deixando
apenas traços de seus rebanhos negros,
e nada mais resta fora este eterno presente
renovado entre uns braços

Máquina à frente dos caminhos tortuosos
e o coração, muitas vezes, se confunde,
enquanto suas mãos no seu sensível ofício,
desajeitadas e humilde sempre acertam.

No meio da noite levanta sua queixa
os não amados e as estrelas mescla
no seu triste destino.
Quando exausto olha para baixo, vê outros olhos
infantis que se olham nos seus.

Talvez o amor seja apenas isto:
o gesto de se achegar e esquecer.
Cada um permanece sendo o mesmo,
porém,mas há dois corpos que se fundem.

Que loucura querer forçar um seio
ou uma boca selada.
Perto da ofuscada, sua carícia outro seio requer,
outros lábios, seu beijo,
seu natural deleite, outra criatura.

De madrugada, junto ao frio,
o insone contempla suas mãos inusadas:
pensa orgulhoso que tudo aí termina;
por suas faces lágrimas escorregam ...
E, no entanto, o amor pode ser apenas isto:
esquecer o pranto, dar de beber com gozo
a boca que nos dá, com alegria, sua água;
resignar-se à paz inocente do tigre;
dormir junto a um corpo que dorme.

Ilustração: Tumblr.

Egito Gonçalves






Sculpture: Camille Claudel























Esperando, identifico-te na estátua,
A rima fecunda, o noivado secreto,
As pequenas coisas de ilusionismo fácil
Que servem para explicar o teu encontro.

Nas ruas da cidade caminhas apressada
Entra automóveis e imaginários amplexos
Em direção à minha boca de cativo
Na arquitetura absurda desta tarde.

Trazes contigo o segredo desenhado
Que derrete a moldura nas paredes
E desfoca a paisagem, chapa branca
Que te entrega em relevo à minha sede.

Feito em sensualidade e rosas brancas
Teu coração desnudo atrai o tempo
Destruindo a lembrança das ausências
Na poeira ilocalizável dos minutos.



Egito Gonçalves