APR
Para ti, sejas tu quem fores
Dá-me a tua mão e diz-me aonde vou.
Leva-me tu, desconhecida, sê a neve
debaixo dos meus passos, guarda as pegadas
onde doam, que sejam as sementes
do teu regresso a nossa casa, onde
nunca vivemos, não soube
fazer em mim um ninho para o falcão
ferido que há em ti, que já me teme,
receio bem, para sempre, e procura amparo
num ar sem mim, dá-me a mão
e diz-me: nas ervas daninhas do meu medo,
viste um melro que quis ser a tua presa?,
sabes quem sou? quererás um dia amar
quem não soube amar-te e já não existe ?
Juan Vicente Piqueras
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