APR
Para um poeta esquecido
Tu não existes, diziam-te em pequeno.
E procuraste o que não existe.
Deste a tua vida a coisas que não havia.
Não viste sequer
o que estava a teu lado.
Eras daquilo que não existia.
Deste-te de antemão ao já perdido.
Se hoje podemos dizer que exististe
é porque durante uns anos
respiraste o ar desta terra.
E porque o que não existiu
o perseguiste com poemas
de cansada beleza onde hoje
dás aos outros a tua voz, dás à vida
o que não existiu, o que não tiveste.
Juan Vicente Piqueras
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