Se eu cantasse o amor sem resultado ou causa,
seria mais sensata: chegava-me uma lua de papel,
um par de braços lisos, conformados
Se eu cantasse o amor sem causa ou resultado,
tinha muito mais paz: fingida em luas cheias,
seria mais sensata e decerto poeta bem melhor
Assim o que me resta é lua cheia a transbordar
de tridimensional. A paz a falhar toda
e eu resolvida em causa a insistir papel. E amor.
Ana Luísa Amaral
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