Estou a dançar contigo. De quarto em quarto
giramos pouco a pouco, e os teus cabelos
acariciam-me, como o sol, a cara.
Abraço-te e nos teus olhos vejo o frio
de alguém perdido em outro tempo.
A casa está às escuras, mas a lua
cheia ilumina o terraço,
e somos hóspedes do mesmo hotel
da memória nos anos sessenta.
Nesse tempo não eras possível, mas o meu
instinto de cão perdido sem coleira
fez-me seguir um rasto de ninguém.
Sob uma lua de ouro, de quarto em quarto
vou dançando contigo esta balada.
Joan Margarit
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