António Feijó
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Adoro esta mulher moça e formosa,
Que à janela, a sonhar, vejo esquecida,
Não por ter uma casa sumptuosa
– Amo-a porque uma folha melindrosa
Deixou cair nas águas distraída.
Também adoro a brisa do Levante
Não por trazer a essência virginal
Do pessegueiro que floriu distante,
No pendor da Montanha Oriental…
– Amo-a porque impeliu a folha errante
Ao meu batel no lago de cristal.
E adoro a folha, não por ter lembrado
A nova primavera que rompeu,
Mas por causa de um nome idolatrado
Que essa jovem mulher nela escreveu
Com a doirada agulha do bordado…
E esse nome… era o meu !
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Portugal, Ponte de Lima 1859 – Suécia, Estocolmo 1917
in Rosa do Mundo – 2001 poemas para o futuro
Editor: Assirio & Alvim
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Arte: Jozsef Karpati
1 comentário:
O nome é peça vulgar, a cada um pertence o seu, é riqueza permanente para quem o trata ASSIM ...!!!...
Beijo Conde
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