umstance, I have not winced nor cried aloud. Under the bludgeonings of chance, my head is bloody, but unbowed.
- - podia começar assim,com uma dessas cançõesprofanas e furibundasa que se regressa semprenos partidos tempos da vida.Mas não creio que o alento possa voltara ser o daquelas manhãs de Junhoem que uma despedida precoce ditou leisque eu cumpri demasiado bem.Que tem isto a ver contigo, dirás,e a resposta cala-se no meu peito,asfixia lentamente nas sílabasdo teu nome em forma de punhal,enquanto eu, o próprio, ando por aía ver passar os navios que já não passame a preparar as tabernas disponíveispara a velhice que afinal virá.Já não sou, acredita, esse príncipede um reino que quis imundo e breve.E sei agora que as algemas do amordoem mais quando os pulsos mal abertoscalafetaram a memória numa travessasem espera. De pouco serve importunar-te:és apenas o álibi dilacerantede um poema que eventualmente teráalguma coisa a ver comigo, nadaque mereça a pena que aliás nada merece.E hás-de ter uma vida, uma família, um cãocomo toda a gente tem mesmo que não tenha,inventando paliativos cheios do calor,do sossego, que nunca curaram ninguémda peste real do amor: esta vontadede beber por mãos alheias o sangue derramado,suspenso num sorriso em chamassobre o qual já tudo foi dito e ainda nada.Que te protejam, na noite separada,as mais frias certezas e a boca da catástrofeque não beijou nem quis o poema inacabável.Manuel de Freitas
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