domingo, 11 de dezembro de 2022
Inesquecível
José Carlos Pereira Ary dos Santos nasceu em Lisboa no dia 7 de Dezembro de 1936
Poeta e declamador português, nasceu a 7 de Dezembro de 1937 e morreu a 18 de Janeiro de 1984. Ao longo da sua vida exerceu várias atividades profissionais, desde vendedor até técnico de publicidade. Como autor estreou-se com Liturgia do Sangue, em 1963, embora o seu nome seja revelado sobretudo através de poemas escritos para canções, principalmente satíricas e de intervenção, e para fado, domínios em que operou uma renovação profunda, apostando na possibilidade de fazer passar, através da música, para o grande público, composições onde, num tom exaltado e passional, a sátira social coexiste com o arrebatamento lírico. Segundo David Mourão-Ferreira (cf. Portugal. A Terra e o Homem, II série, Lisboa, FCG, 1980, p. 33), "erótica e política, apocalíptica e tribunícia, a poesia de Ary dos Santos, mesmo quando francamente ao serviço de um ideário e de uma praxis cívica que não recusam assumir-se como tais, rarissimamente renuncia, no entanto, àqueles pendores da invenção metafórica e da recriação vocabular que constituem outra vertente da modernidade". Foi também o autor de Adereços, Endereços (1965), Insofrimento in Sofrimento (1969) e Fotos-grafias (1971). Numa segunda fase, escreveu As Portas Que Abril Abriu (1975), obra que revela o seu entusiasmo com a revolução do 25 de abril de 1974 e com a militância de esquerda.
Ary, absolutamente inesquecível!
Serei tudo o que disserem
por inveja ou negação
cabeçudo, dromedário,
fogueira de exibição,
teorema corolário,
poema de mão-em-mão,
lãzudo, publicitário
malabarista, cabrão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado...NÃO!
Sem comentários:
Enviar um comentário