Escrevo-te com o fogo e com a água
Escrevo-te com o fogo e a água. Escrevo-te
no sossego feliz das folhas e das sombras
Escrevo-te quando o saber é sabor, quando tudo é surpresa.
Vejo o rosto escuro da terra em confins indolentes.
Estou perto e estou longe num planeta imenso e verde.
o que procuro é um coração pequeno, um animal
perfeito e suave. Um fruto repousado,
uma forma que não nasceu, um torso ensanguentado,
uma pergunta que não ouvi no inanimado,
um arabesco talvez de mágica leveza.
Quem ignora o sulco entre a sombra e a espuma?
Apaga-se um planeta, acende-se uma árvore.
As colinas inclinam-se na embriaguez dos barcos.
O vento abriu-me os olhos, vi as folhagens do céu,
o grande sopro imóvel da primavera efémera.
António Ramos Rosa
Imagem retirada do Google
1 comentário:
Escreves que eu lerei, se não venho de imediato é pk algo impede-me, mas logo que posso aki estou
Beijinhos doce, linda semana
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