Sobre o supérfluo
Eu não preciso de ti
Ainda que teu amor
Seja como a lava de um vulcão ou a água mansa
E me faça parecer que o mundo dança
Em êxtase uma canção de vida.
Eu não preciso de ti.
Repito desfolhando a margarida,
Um trevo em que procuro sorte,
Um livro em que procuro histórias
Que sejam assim tão grandes como a nossa.
Eu não preciso de ti
Mesmo que de meu pensamento
Tua imagem não se desloque um só momento
E mesmo quando durmo ainda sonho
Com o teu semblante tão risonho
Chegando para me amar.
Eu não preciso de ti
Reclamo ao vento que sorrateiro
Me traz teu perfume, a saudade,
Esta dor doce que ligeiro
Me enche da única verdade
De que és um supérfluo
Tremendamente essencial.
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