A MEU FAVOR, Alexandre O’Neill (Lisboa, 19 de Dezembro de 1924 — 21 de Agosto de 1986).
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A meu favor
Tenho o verde secreto dos teus olhos
Algumas palavras de ódio algumas palavras de amor
O tapete que vai partir para o infinito
Esta noite ou uma noite qualquer
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A meu favor
As paredes que insultam devagar
Certo refúgio acima do murmúrio
Que da vida corrente teime em vir
O barco escondido pela folhagem
O jardim onde a aventura recomeça.
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— in “No Reino da Dinamarca, 1958;
— in “Poesias Completas”, introdução e organização de Miguel Tamen, Assírio & Alvim, 2000, p. 50.
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Imagem:
O poeta.
Fotografia de Nuno Calvet (pormenor).
2 comentários:
E o O'NEILL, sempre genial.
E talvez ele desabafasse,nestes tempos assombrosos:
"Algo está podre no reino da Dinamarca".🫣😘🌹
Oi!Adenda:
Eu sei que sabes mas acho por bem pôr sempre a autoria das citações,poemas ou outras publicações.
Autor da frase referida
no meu comentário anterior:
William Shakespeare.
Poeta e dramaturgo....
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