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quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

António Franco Alexandre

 

JAN

Como no verso antigo, sou feliz 
por "esta sorte imensa, conhecer-te"
e já me tarda a luz onde procuro 
outro mais puro modo de dizer-te. 
Aos poucos vou fazendo maus poemas 
com a rima calada dos sentidos, 
até me descobrir a toda a gente 
como um vulgar espelho transparente. 
Já me esquecia, por uma qualquer 
dor distraída que no corpo tinha, 
de desenhar a melodia; mas 
quando em ti penso sou seguro e claro; 
gira a terra sem melancolia, 
aceito tudo como o tempo o quis.


António Franco Alexandre




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