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Photo: Alexey Titarenko |
O que encerras num abraço quando
abraças alguém não é
um corpo: é tempo. Nesse demorar suspenso
(enquanto deténs outra vida) há
um corpo que é teu enquanto o reténs
nos braços
(porquanto o tens para ti
suspendendo o movimento)
enquanto páras o tempo pelo
tempo
de um abraço. Mas a
força dos teus braços é mais fraca do
que a do tempo e
tens de ser tu a ceder
(tens de ser tu a largar) porque
o tempo não aceita estar parado tanto tempo e
exige que o soltes para
tornar ao movimento.
João Luis Barreto Guimarães
1 comentário:
Magnífica reflexão....
O tempo,tal como o conhecemos nesta dimensão, será, talvez, a nossa ilusão (do Tempo)...
Bji.
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