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segunda-feira, 13 de junho de 2011

De : Jorge Luis Borges



El enamorado



Lunas, marfiles, instrumentos, rosas,
lámparas y la línea de Durero,
las nueve cifras y el cambiante cero,
debo fingir que existen esas cosas.
Debo fingir que en el pasado fueron
Persépolis y Roma y que una arena
sutil midió la suerte de la almena
que los siglos de hierro deshicieron.
Debo fingir las armas y la pira
de la epopeya y los pesados mares
que roen de la tierra los pilares.
Debo fingir que hay otros. Es mentira.
Sólo tú eres. Tú, mi desventura
y mi ventura, inagotable y pura.

O enamorado

Luas, marfins, ferramentas, rosas,
lâmpadas e as linhas de Dürer
os nove números e o cambiante zero,
devo fingir que existem estas coisas.
Devo fingir que no passado foram
Persépolis e Roma e que uma areia
sutil mediu a sorte da ameia
que os séculos de ferro desfizeram.
Devo fingir as armas e a pira
da epopéia e dos pesados mares
que roem da terra os pilares.
Devo fingir que existem outros. É uma mentira.
Só tu és. Tu, minha desventura
e minha felicidade, inesgotável e pura.

1 comentário:

Feiticeira disse...

Não finjas nunca, Vive

Beijinhos. Ótima semana