Seguidores

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Fernando Pinto do Amaral






  1. Voaram pela noite em passos nómadas 
    todas as minhas mágoas. Libertei-me, 
    é um facto, 
    mas onde quer que esteja 
    gosto que sejas tu a descobrir-me 
    no rastilho que acendem os velhos cadernos. Agora 
    despedi-me do tempo e do espaço 
    e tu, por mais que tentes, 
    não sabes por onde anda esse "sopro de vento"
    - sou eu e não sou eu. Quem deambula 
    pela cidade sem ninguém? Talvez 
    a mesma alma, 
    o mesmo choro submerso, quase 
    quase feliz por me sentires ainda 
    no exílio de um sonho, tão de súbito 
    dentro da tua vida e fora dela 
    como se te encontrasse 
    e quisesse outra vez morrer no teu olhar.


    Fernando Pinto do Amaral



Sem comentários: