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sábado, 15 de junho de 2024

António Franco Alexandre

 

JUN



Mesmo se algum dia acontecer 
nalgum vulgar encontro, ver-me morto, 
decerto saberei como nascer 
de novo, ser planta e animal 
e breve sopro, às vezes, no teu rosto. 
Pelo caminho cego da floresta 
virei ao pátio, à fonte debruçada, 
ao modesto esplendor da jovem faia; 
e terei, para dar-te, o riso claro 
da vida que não cessa de perder-se. 
Pousado o coração dentro do peito, 
feito artista da cor, puro fantasma, 
na ardósia a giz desenharei um nome 
como quem traça um círculo perfeito.


António Franco Alexandre




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