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terça-feira, 12 de março de 2024

Natália Correia

 

MAR




Saibam quantos meus versos não ignoram 
Que se os meus danos para fora riem, 
Minhas risadas para dentro choram. 
Ah, com engenhos meus não se extasiem 

Que essas magias em ermos de alma moram. 
Antes de dores e gostos desconfiem 
Pois menos sofro nas mágoas que deploram 
Que no amargor dos lábios que sorriem. 

Mas se é razão ser eu a que pareça, 
De mim mais vos direi quando emudeça 
E a vós menos me mostro se atrevida. 

Como não há-de meu astro singular 
Com alegrias e lágrimas jogar 
Se nos meus versos jogo a minha vida?


Natália Correia





CONDOR

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