MAR
Saibam quantos meus versos não ignoram
Que se os meus danos para fora riem,
Minhas risadas para dentro choram.
Ah, com engenhos meus não se extasiem
Que essas magias em ermos de alma moram.
Antes de dores e gostos desconfiem
Pois menos sofro nas mágoas que deploram
Que no amargor dos lábios que sorriem.
Mas se é razão ser eu a que pareça,
De mim mais vos direi quando emudeça
E a vós menos me mostro se atrevida.
Como não há-de meu astro singular
Com alegrias e lágrimas jogar
Se nos meus versos jogo a minha vida?
Natália Correia
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