MARÇO
Arqueando sob o céu noturno escuro
com expansividade negra, apontamos
para os planetas que conhecemos, nós
fixe desejos rápidos nas estrelas. Da Terra,
lemos o céu como se fosse um livro infalível
do universo, especialista e evidente.
Ainda assim, existem mistérios abaixo do nosso céu:
o canto da baleia, o canto dos pássaros
seu chamado no galho de uma árvore sacudida pelo vento.
Somos criaturas de constante admiração,
curioso pela beleza, pelas folhas e flores,
na tristeza e no prazer, no sol e na sombra.
E não é a escuridão que nos une,
não a distância fria do espaço, mas
a oferenda de água, cada gota de chuva,
cada riacho, cada pulso, cada veia.
Ó segunda lua, nós também somos feitos
de água, de mares vastos e convidativos.
Também nós somos feitos de maravilhas, de grandes
e amores comuns, de pequenos mundos invisíveis,
de uma necessidade de gritar através da escuridão.
Ada Limón
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