Como no verso antigo, sou feliz
por "esta sorte imensa, conhecer-te"
e já me tarda a luz onde procurar
outro mais puro modo de dizer-te.
Aos poucos vou fazer maus poemas
com a rima calada dos sentidos,
até eu descobrir a toda a gente
como um vulgar espelho transparente.
Já me esqueci, por uma qualquer
dor distraída que no corpo tinha,
de desenhar a melodia; mas
quando em você penso sou seguro e claro;
gira a terra sem melancolia,
aceito tudo como o tempo o quis.
António Franco Alexandre
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