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domingo, 4 de julho de 2010

Ternura



Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar
extático da aurora.

Vinícius de Moraes

Foto:Sergey Ryzhkov

3 comentários:

Feiticeira disse...

Boa Noite!

Nem a canarinha , nem Portugal, mas 2014 chega rapido e já estamos a nos preparar.

Primeiro, Vinicius, que posso dizer deste Poeta? Maravilhoso, é pouco, não tenho palavras mesmo. Um romantico e sempre apaixonado.

Pedir perdão? Porque?
Ser amada é uma delicia e desta forma uma dadiva.


Boa semana, beijinhos com o carinho que mereces sempre

Amor disse...

quão belo,,,quando estou aflita gosto de passar aqui...boa noite!

Pat. disse...

Vinícius sabia muito bem!

E que o sono chegue logo...
Um beijo.


Obrigada pelo imenso carinho.