Fernando Pessoa
Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlaçemos as mãos).
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para o pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente.
E sem desassossegos grandes.
2 comentários:
Na biografia do Poeta que foi muitos poetas pode ler-se, que em dado momento, (por carecia de afeto maternal) o Poeta refugia-se em SI e cria novos mundos dando vida a outras entidades !!!...
Beijo Conde
Silêncio a orla dourada, remate que pouco se vê, pintor que pinta na alma tudo aquilo em que se crê !!!...
Andando em bicos de pés se ouvem palavras sem fim !!!...
Beijo Conde
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