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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

António Ramos Rosa Horizonte

Horizonte
 
 
 
É por ti que escrevo que não és musa nem deusa
 mas a mulher do meu horizonte
 na imperfeição e na incoincidência do dia-a-dia
 Por ti desejo o sossego oval
 em que possas identificar-te na limpidez de um centro
 em que a felicidade se revele como um jardim branco
 onde reconheças a dália da tua identidade azul
 É porque amo a cálida formosura do teu torso
 a latitude pura da tua fronte
 o teu olhar de água iluminada
 o teu sorriso solar
 é porque sem ti não conheceria o girassol do horizonte
 nem a túmida integridade do trigo
 que eu procuro as palavras fragrantes de um oásis
 para a oferenda do meu sangue inquieto
 onde pressinto a vermelha trajectória de um sol
 que quer resplandecer em largas planícies
 sulcado por um tranquilo rio sumptuoso

 António Ramos Rosa   




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