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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Até onde vós estais




Oh, presenças amigas, ó momento
em que alongo o braço e toco em cheio os rostos
A minha língua abriu-se para dizer a face
do vento que percorre as vossas vidas.

Estou perante a noite mais profunda,
a delicada noite das raízes: vejo rostos
vejo os sinais e os suores das vossas vidas.

Atravesso árvores subsmersas, ruas obscuras,
poços de água verde, e vou convosco ter,
minhas faces lívidas, mãe, amigos, amores.

A terra que penetro é este chão de terra
com as raizes feridas, com os ferozes pulsos,
A vertente que desço é uma subida às vossas vidas.

António Ramos Rosa

Imagem retirada do Google

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